A professora Françoise Barré-Sinoussi, vencedora do prémio Nobel da Medicina em 2008 por ter ajudado a descobrir o vírus da SIDA, defende hoje que a cura da doença está à vista, graças a recentes descobertas científicas.

Em entrevista à AFP, a propósito da conferência que vai dar em Washington sobre a doença, a laureada com o Nobel afirmou que, “em princípio”, será possível eliminar a pandemia da SIDA até 2050 caso os obstáculos ao acesso a medicamentos próprios sejam eliminados.

As principais barreiras não são científicas, mas políticas, económicas e sociais, criticou, referindo que o principal problema é a falta de acesso aos testes e drogas nas áreas pobres e rurais e o estigma em torno do vírus, prejudica a sua deteção precoce e tratamento.

Cerca de 25 mil pessoas - incluindo celebridades, cientistas e portadores de HIV - são esperadas no domingo na capital norte-americana para apelar a uma ação global mais forte para enfrentar a epidemia de SIDA que já dura há três décadas.

O número de pessoas em tratamento aumentou 20 por cento entre 2010 e 2011, atingindo 8 milhões nos países mais pobres.

No entanto, este número representa apenas metade das pessoas que deviam estar em tratamento em todo o mundo, o que sugere que há ainda muito mais a fazer, defendeu François Barré-Sinoussi.

Mais de 34 milhões de pessoas no mundo vivem com HIV, número que representa um recorde de sempre, sendo que cerca de 30 milhões já morreram de causas relacionadas com a SIDA, desde que a doença surgiu na década de 1980, de acordo com as Nações Unidas.

20 de julho de 2012

@Lusa