A proteção também diminui mais rapidamente em pessoas que vivem em zonas onde os índices da doença são maiores que a média, dizem investigadores britânicos, cujo estudo foi publicado na revista americana New England Journal of Medicine.

Os resultados sugerem que a capacidade protetora desta vacina varia de acordo com as populações e mostram a necessidade de estudos adicionais para encontrar a maneira mais eficaz de utilizá-la, afirmaram os cientistas.

Atualmente, não existe nenhuma vacina homologada contra a malária. A RTS,S, desenvolvida pelos laboratórios britânicos GlaxoSmithKline, é a vacina experimental que está em estágio de desenvolvimento mais avançado.

A vacina já tinha sido testada num amplo ensaio clínico realizado em sete países africanos, e no ano passado a Agência Europeia de Medicamentos deu uma "opinião científica positiva" para a sua utilização.

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O estudo atual, que envolveu 447 crianças com idades entre os cinco e 17 meses, trouxe uma perspetiva diferente.

Cientistas do programa de pesquisa KEMRI-Wellcome Trust em Kilifi, Quênia, dividiram os participantes em dois grupos, um que recebeu três doses da vacina RTS,S e um grupo de controlo, para comparação, que foi vacinado apenas contra a raiva.

Durante o primeiro ano, a taxa de proteção das crianças vacinadas contra a malária foi de 35,9%. Porém, quatro anos depois, essa taxa caiu para 2,5%. Em média, ao longo de sete anos, a vacina foi considerada apenas 4,4% efetiva contra a doença.

Além disso, entre as crianças que eram expostas com mais frequência à malária, causada por um parasita do género Plasmodium e transmitida por mosquitos infetados, o número de casos da doença foi ligeiramente maior no grupo vacinado (1.002 casos) do que no grupo de controlo (992) após cinco anos.

Isso se explicaria pelo fato de que as crianças vacinadas desenvolvem sua imunidade natural mais lentamente do que os que não receberam a vacina, um fenómeno observado em estudos anteriores, de acordo com os investigadores.

A malária matou mais de 400.000 pessoas em 2015, 90% delas na África subsariana e a maioria com menos de cinco anos.