“Estamos agora a produzir a vacina contra o Zika para a testar em humanos antes do fim do ano”, declarou Jeff Richardson, um porta-voz do laboratório, citado pela agência de notícias France Presse.

Esta decisão ocorre, acrescentou, após testes conclusivos em animais.

“Os testes pré-clínicos mostraram que a vacina sintética contra o vírus Zika desencadeia respostas duradouras e imunes, demonstrando o potencial (…) para prevenir e tratar as infeções causadas por este patogéneo”, garantiu a Inovio em comunicado.

O grupo farmacêutico testou a vacina em ratos e obteve uma resposta imunitária, precisou, e vai começar imediatamente os testes em macacos e depois avançar para os seres humanos, antes do fim do ano.

Esta última etapa deverá conduzir, em seguida, a um pedido de colocação da vacina no mercado, indicou a Inovio, que pretende pedir às autoridades sanitárias uma análise acelerada do seu caso.

A vacina anti-Zika desenvolvida pela Inovio é sintética, ou seja, não assenta num vírus vivo, mas num pedaço de ADN do vírus e pode, por isso, ser conservada sem refrigeração durante várias horas.

Na bolsa de Wall Street, as perspetivas positivas fizeram subir de 6,16 para 6,98 dólares as ações Inovio nas primeiras transações.

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Além da Inovio, mais de uma dezena de grupos farmacêuticos, como o francês Sanofi Pasteur e o indiano Bharat Biotech, estão a trabalhar numa vacina anti-Zika, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS).

Não existe, até agora, qualquer medicação para combater este vírus, suspeito de ter uma relação direta com casos de recém-nascidos com uma cabeça e um cérebro anormalmente pequenos (microcefalia) e de estar também ligado à síndroma neurológica de Guillain-Barré (SGB).

A OMS prevê uma propagação “explosiva” do Zika no continente americano, com entre três e quatro milhões de casos este ano. No Brasil, há já 1,5 milhões de casos registados.