8 de outubro de 2013 - 11h00
A farmacêutica GlaxoSmithKline (GSK) vai pedir uma primeira aprovação científica europeia para uma vacina contra a malária. O anúncio foi feito nesta terça-feira, depois de ensaios clínicos que considera “encorajadores”, escreve o Guardian.
A malária, transmitida por mosquito, mata anualmente 655 mil pessoas, principalmente crianças africanas com menos de cinco anos. 
A vacina da GSK, baptizada como “RTS,S” – uma de várias que estão a ser desenvolvidas – tem vido a ser trabalhada pela farmacêutica há três décadas e é apresentada como a mais avançada. Está a ser ensaiada numa parceria com a Malaria Vaccine Initiative (MVI – apoiada pela Fundação Bill e Melinda Gates).
Os primeiros resultados dos ensaios avançados, a chamada fase 3, feitos a mais de 15 mil crianças, apresentados nesta terça-feira, por ocasião de uma reunião médica em Durban, na África do Sul, são considerados encorajadores pela equipa do projeto.
Os dados obtidos divulgados referem uma eficácia de 46% – para um período de 18 meses – no caso de crianças que tinham entre cinco e 17 meses à data da primeira vacinação e de 27% para os que tinham entre seis e 12 semanas, disse à AFP o investigador principal do ensaio, Lucas Otieno, do Kenya Medical Research Institute Walter Read Project. 
“Os ensaios prosseguem e esperamos ter mais informações sobre a protecção a longo prazo durante o ano de 2014”, acrescentou.

Agência Europeia terá de autorizar medicamento
A GSK pretende pedir em 2014 um parecer científico à agência europeia do medicamento, EMA, para esta vacina especialmente desenvolvida para crianças da África subsariana. Caso o parecer seja positivo, a Organização Mundial de Saúde poderia recomendar que fosse utilizada a partir de 2015, a custo reduzido, com uma margem de lucro de 5% para o fabricante, segundo informação do grupo farmacêutico.
Resultados da fase 2 de ensaios da “RTS,S”, divulgados em março, tinham sido relativamente dececionantes: apontavam para uma proteção de 43,6% no primeiro ano após a vacinação, mas a percentagem caía quase até zero após quatro anos. Estes dados foram obtidos a partir de testes a um número limitado de crianças numa região do Quénia onde se registaram variações nas características da epidemia da malária, explicou Lucas Otieno. No caso da fase 3, o ensaio foi feito em 11 lugares de sete países com diferente intensidade de transmissão de malária, acrescentou.
A malária, ou paludismo, é provocado por um parasita, o Plasmodium, que provoca febre, dor de cabeça e vómitos. Se não for tratado rapidamente pode levar à morte, por problemas de circulação. Em muitas regiões do mundo, os parasitas tornaram-se resistentes a muitos medicamentos criados para os combater.
SAPO Saúde com agências