Segundo Gonçalo Cardoso, um dos principais organizadores da iniciativa, esta manifestação vai acontecer também noutras cidades europeias, de países como Espanha, Inglaterra, Irlanda ou Áustria.

Os utilizadores de cigarros eletrónicos têm por objetivo contestar a diretiva europeia de 2014, no que se refere aos cigarros eletrónicos, sendo nomeadamente contra as taxas aplicadas aos líquidos que contêm nicotina e contra a proibição da venda 'on-line' destes produtos.

Para a comunidade de ‘vapers’ – nome dado a quem usa cigarros eletrónicos – a diretiva de 2014 representa “uma clara cedência da União Europeia aos interesses instalados e aos lóbis que inundam governos, prejudicando a saúde de todos os que querem deixar de fumar”.

Em declarações à agência Lusa, Gonçalo Cardoso sublinhou que o único elemento em comum entre um cigarro tradicional e um cigarro eletrónico é a nicotina, considerando que esta substância isoladamente causa tantos problemas de saúde como a cafeína.

“Os cigarros eletrónicos não têm acetona, amoníaco, arsénico, monóxido de carbono, naftaleno, DDT, por isso não podem sequer ser comparáveis”, alegam os ‘vapers’.

Argumentam ainda que os cigarros eletrónicos se têm revelado uma boa opção para quem quer deixar ou reduzir o tabaco.

Sobre a proibição de fumar cigarros eletrónicos com nicotina nos espaços públicos fechados, prevista na nova lei sobre o tabaco, Gonçalo Cardoso disse que esta não é das contestações principais da iniciativa.

“Os cigarros eletrónicos são, desde a sua génese, um equipamento (…) que gera controvérsia. De um lado, temos o desconhecimento, o receio e a falta de estudos transparentes e concisos, do outro temos os interesses das tabaqueiras e das farmácias, que veem os seus produtos ameaçados por uma alternativa que foge ao controlo lobista”, refere o comunicado dos organizadores da iniciativa.

A manifestação no Porto está prevista para hoje, na rua de Santa Catarina, e o protesto de Lisboa está marcado para sábado, junto à Assembleia da República.