"Estão agora inscritas verbas no Orçamento do Estado para 2017 para a construção do novo hospital, situação a que não será alheia a intensa luta das populações nem a nova solução governativa", afirma o MUSP de Évora, em comunicado enviado à agência Lusa.

A posição do movimento de utentes surge depois de o Governo ter anunciado o lançamento do projeto do novo Hospital Central de Évora em 2017, previsto na proposta de Orçamento do Estado.

No capítulo do documento dedicado à Saúde, é referido que, em articulação com o Ministério das Finanças, serão lançados os projetos dos hospitais de Évora, Lisboa Oriental e do Seixal.

No último sábado, em Évora, o ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, esclareceu que o Governo prevê lançar no próximo ano o concurso para a construção do novo Hospital Central da cidade, após decidir o seu modelo de financiamento.

O MUSP refere no comunicado que "não pode deixar de saudar a imensa luta das populações do distrito na defesa da construção do novo Hospital Central Público de Évora, bem como dos diversos movimentos de utentes".

O movimento realça que, "apesar dos apelos do MUSP de Évora e da luta das populações e de algumas forças políticas e autarquias, a construção do novo hospital foi adiada por sucessivas vezes, por diversos governos, atingindo-se uma situação insustentável".

O atual Hospital do Espírito Santo de Évora (HESE) "tem atravessado várias dificuldades, que vão desde recursos humanos à capacidade de resposta aos diferentes tipos de solicitações, o que evidencia a urgência da construção do novo hospital", pode ler-se no documento.

O MUSP de Évora nota também que a atual unidade hospitalar "funciona em dois edifícios, separados por uma via rodoviária" e possui um "insuficiente número de salas de bloco operatório”, além de “falta de espaço para outras especialidades".

Quando foi apresentada, em 2010, a nova unidade estava projetada para ter uma capacidade de 351 camas, extensível a 440, num investimento previsto na ordem dos 94 milhões de euros.

A área de influência de primeira linha do novo hospital abrangia 150 mil pessoas, dos 14 concelhos do distrito de Évora, enquanto numa segunda linha seriam servidas 440 mil pessoas dos restantes 33 concelhos do Alentejo (Portalegre, Beja e Alentejo Litoral).