"Chega de palavras, queremos ações concretas de um conselho de administração que já esgotou o seu estado de graça", disse à agência Lusa o porta-voz da CUSMT, Manuel Soares, tendo reclamado por "um melhor funcionamento da urgência nas três unidades" do CHMT, composto pelos hospitais de Abrantes, Tomar e Torres Novas, que distam cerca de 30 quilómetros entre si e que funcionam em regime de complementaridade.

"Para além de um melhor serviço nas urgências do CHMT, defendemos a existência da medicina interna e pediatria nos três hospitais, a cirurgia geral nas três unidades, e o desenvolvimento das especialidades já existentes em articulação com os cuidados de saúde primários e centros de saúde", disse Manuel Soares, em conferência de imprensa realizada junto ao hospital de Torres Novas.

"Os milhares de cidadãos que deram corpo a esta iniciativa, constatam que as sucessivas reorganizações do CHMT e dos Centros de Saúde (integrados no ACES Médio Tejo), trouxeram mais sofrimento e ansiedade a cada vez mais pessoas na região", declarou, tendo acrescentado que "o acesso aos cuidados de saúde piorou, a concentração de serviços não correspondeu a mais qualidade", e que as distâncias que doentes e familiares têm de percorrer "implicam mais sofrimento físico e mais despesas".

Segundo defendeu o dirigente da comissão de utentes, "os tempos de espera no serviço de urgências do CHMT são fruto da má organização das urgências e da descoordenação com os cuidados primários, que nuns locais encerraram os serviços e noutros não têm horários compatíveis com a atividade da população".

Com o mote "Pela nossa saúde, respeitem a vontade das populações", a Comissão de Utentes da Saúde do Médio Tejo exibiu hoje os documentos com as 19 mil e 94 assinaturas recolhidas e destacou publicamente o seu conteúdo, onde se reivindica uma "melhor organização dos cuidados hospitalares e de saúde" no CHMT.

"Pedimos hoje, formalmente, uma reunião ao conselho de administração do CHMT para calendarizar o início dos procedimentos para a implementação das reivindicações da população, tendo em conta que as reivindicações das pessoas vão ao encontro da vontade pública já manifestada pela própria administração do CHMT", observou Soares.

Sobre o CA do CHMT, que iniciou funções em julho de 2014, Manuel Soares disse que "o seu estado de graça já acabou", tendo reiterado ser "tempo de passar das palavras às ações concretas".