15 de janeiro de 2014 - 11h01
A cada utente do Serviço Nacional de Saúde passam a poder ser atribuídos por ano dois cheques dentista para diagnóstico de cancro oral e dois outros para biópsia, segundo um despacho hoje publicado em Diário da República.
A partir de março, o Programa Nacional de Promoção de Saúde Oral será alargado, passando a incluir a “intervenção precoce no cancro oral”, uma espécie de programa de rastreios à doença.
Segundo o diploma, o valor de cada cheque-diagnóstico é de 15 euros e o de cada cheque-biópsia de 50 euros, podendo cada utente receber, anualmente, dois cheques de cada.
A intervenção começará sempre no médico de família, ou através de rastreios a utentes de elevado risco, que terão ainda de ser definidos pela Direção-Geral da Saúde, ou pelo diagnóstico clínico de lesões na boca potencialmente malignas.
A existência de uma lesão suspeita deve ser sempre sujeita a um diagnóstico diferencial, sendo emitido pelo sistema informático dos centros de saúde um cheque-diagnóstico que pode ser usado num médico dentista aderente ao Programa.
No caso de o médico dentista ou estomatologista considerar necessária a realização de uma biópsia deve realizar a recolha do produto e enviar para um laboratório de referência, utilizando então um cheque-biópsia.
Segundo o diploma, que entra em vigor a 1 de março, os resultados das biópsias são enviados para o médico de família do utente e para o dentista que o seguiu.
No caso de ser detetado cancro, o laboratório informa, por sistema informático, o Instituto Português de Oncologia da respetiva área, que deve marcar uma consulta com caráter de urgência.
Este alargamento do Programa de Saúde Oral ao diagnóstico e rastreio de cancro é justificado com as “elevadas taxas de incidência” da doença, associadas a “baixos níveis de sobrevivência dos doentes”, muito devido a diagnósticos tardios.
SAPO Saúde com Lusa