18 de março de 2014 - 14h44
A Comissão de Utentes da Saúde de Rio Maior quer reunir 5.000 assinaturas numa carta para entregar “em mãos” ao ministro da Saúde alertando para a "degradação da prestação de cuidados de saúde" no concelho.
Augusto Figueiredo, porta-voz da comissão e vereador da CDU na Câmara de Rio Maior, disse hoje à Lusa que em duas semanas foram reunidas mais de 3.800 assinaturas, sendo objetivo chegar às 5.000, correspondente ao número de utentes sem médico de família no concelho, até ao final do mês.
“Queremos entregar pessoalmente ao senhor ministro, porque já não resulta reunir com a Câmara Municipal ou com o ACES (Agrupamento de Centros de Saúde da Lezíria). É uma questão política”, afirmou, adiantando que foi pedida também a intervenção dos partidos políticos com assento na Assembleia da República.
Augusto Figueiredo afirmou que os dois clínicos cubanos colocados recentemente no centro de saúde de Rio Maior não vieram resolver a situação dos utentes que não têm médico de família atribuído, uma vez que estão a fazer atendimento complementar.
Sublinhando que só existe atendimento complementar até às 18:00, o porta-voz dos utentes considerou “grave” que o serviço de radiologia esteja a funcionar apenas dois dias por semana, devido à gravidez da técnica, e que existam extensões de saúde às quais não vai um médico de família “há mais de um ano”.
Como exemplo, referiu a freguesia de Alcobertas, com 1.500 utentes, “sem transportes públicos ao fim de semana e sem que as pessoas possam dar 20 euros para um táxi”.
Por outro lado, acrescentou que a Unidade de Saúde Familiar dos Moinhos está para ser criada há vários anos sem que haja perspetiva de entrada em funcionamento.
“Nunca pagámos tantos impostos e nunca fomos tão mal servidos”, disse, considerando que a proliferação de clínicas e consultórios privados atesta um desinvestimento no Serviço Nacional de Saúde para transformar o setor “num negócio”.
Lusa