27 de janeiro de 2014 - 15h10
As comissões de utentes da saúde dos concelhos da Amadora e de Sintra promovem, na quarta-feira, uma vigília junto ao Hospital Fernando Fonseca, em protesto contra o que apelidam de degradação da assistência às populações.
A ação de protesto está marcada para as 18:00, junto ao hospital Amadora-Sintra e, em comunicado, os promotores da vigília apontam como razões para a iniciativa, entre outras, as "mais de 12 horas de espera" e "a demissão da direção do serviço de urgência".
A unidade abrange uma área de intervenção com um universo de cerca de 650 mil utentes, o que "acarreta consequências dramáticas ao nível da celeridade na prestação dos seus serviços, sendo constantes as situações de sobrelotação e intermináveis horas de espera para aqueles que recorrem ao serviço de urgência", consideram.
Perante a intenção do Governo de reduzir 300 milhões de euros no orçamento do Serviço Nacional de Saúde (SNS), o que corresponde ao corte de nove por cento em relação a 2011, as comissões de utentes receiam que "as perspetivas para 2014” sejam de “maior agravamento no hospital Amadora-Sintra".
A vigília pretende "alertar para os efeitos nefastos que as medidas do atual Governo estão a ter para os utentes do SNS, bem como para a necessidade de construção de um hospital público no concelho de Sintra".
Paula Borges, da Comissão de Utentes de Saúde do Concelho de Sintra (CUSCS), disse à agência Lusa que a vigília visa chamar a atenção para "a situação muito problemática" para as populações dos dois concelhos.
"Neste momento, em termos do que devia existir, o hospital tem menos 30 médicos e menos cerca de 100 enfermeiros", afirmou Paula Borges.
Na última reunião do executivo municipal de Sintra foi aprovada, por maioria, uma moção proposta pelos vereadores do movimento independente Sintrenses com Marco Almeida a exigir ao Governo que assegure os meios humanos para o normal funcionamento da rede de saúde pública no concelho.
Na mesma sessão camarária, o vereador Pedro Ventura (CDU) também lamentou as "situações de sobrelotação e intermináveis horas de espera para aqueles que recorrem ao serviço de urgência" no hospital de Amadora-Sintra.
O autarca alertou que "só em Sintra existem cerca de 130 mil utentes sem médico de família" e garantiu que os comunistas vão continuar a reclamar na Assembleia da República "a construção de um hospital público para Sintra".
Lusa