6 de novembro de 2013 - 15h32
A Unidade de Cuidados Continuados Bento XVI, em Fátima, vocacionada para o tratamento de pessoas com demência e especializada no tratamento de doentes com Alzheimer, recebe hoje os dois primeiros doentes, disse à agência Lusa fonte da instituição.
O investimento realizado naquele espaço, que deverá abrir até ao final do ano, é superior a quatro milhões de euros e terá uma capacidade de resposta para 60 doentes, adiantou o administrador-delegado da unidade.
"Esta obra da União das Misericórdias Portuguesas procura dar resposta ao que não existe em Portugal, que é uma unidade para receber doentes com demências, particularmente doentes de Alzheimer, uma situação cada vez mais premente, tendo em conta o aumento da longevidade", explicou Joaquim Guardado.
A unidade que integra a Rede Nacional de Cuidados Continuados e que foi apoiada pelo Estado em 750 mil euros tem como responsável clínico o professor catedrático de Psiquiatra da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa e diretor do Hospital do Mar, Caldas Almeida.
Cerca de 40 pessoas vão trabalhar na Unidade de Cuidados Continuados, entre enfermeiros, assistentes sociais, terapeutas da fala e ocupacionais, médicos e animadores, de forma a que "o doente, desde que se levanta, vai estar sempre ocupado", destacou o administrador-delegado do centro de apoio.
Das 60 camas disponibilizadas pela unidade, 50 foram protocoladas com o Estado para cuidados de média e longa duração.
Em maio de 2012, antes da assinatura do protocolo de arranque da unidade especializada em doentes com Alzheimer, o presidente da União das Misericórdias Portuguesas já tinha informado que o espaço também se vai assumir como um polo de formação para quem trata e cuida destes doentes.
Dados da UMP mostravam, então, que o número de pessoas com demências em lares é cada vez maior, mas poucas pessoas sabem cuidar destes doentes, apontando-se para a existência em Portugal de 180 mil pessoas com demências, 95 mil das quais com Alzheimer.
Estima-se que estas doenças afetem cerca de 5% das pessoas com 65 anos, 20% das que têm 80 anos e oscilando entre os 25% a 30% entre os idosos com 90 anos ou mais.
Lusa