A funcionar desde junho de 2012, a UCA poderá chegar ao final do ano com cerca de 6.500 pacientes operados, o dobro do registado em 2013. "Desde 2013 que temos vindo progressivamente a aumentar o número de cirurgias e, nos últimos dois anos, tivemos um aumento muito interessante", sublinhou o médico anestesista Francisco Matos, que coordena a unidade desde junho de 2015.

Segundo o coordenador, em todo o ano de 2013 foram operadas 3.521 pessoas e até junho deste ano foram já realizadas 3.213 intervenções. Na UCA, existem atualmente 35 tempos operatórios, mais 15 do que em 2012, ano de abertura da unidade.

"Apostámos no aumento dos tempos cirúrgicos sem anestesia geral, mas também com anestesia geral, e isso repercute-se também no número de consultas que fazemos", refere Francisco Matos.

O médico, de 37 anos, destaca ainda que a unidade passou de uma taxa de 72% de concretização em junho de 2015 para os atuais 93%, o que se traduziu "numa margem de progressão bastante importante". "O que me apraz é que fizemos isto ao mesmo tempo que tínhamos uma pressão de qualidade impressionante. Ou seja, conseguimos esses ganhos ao nível do número de doentes operados sem aquela lógica da produção cirúrgica e ao mesmo tempo que decorria o nosso processo de acreditação", frisou.

Maioria dos doentes satisfeitos

O coordenador da UCA destaca que aquele serviço presta cuidados de saúde com um "atendimento muito bom, em que todas as pessoas são tratadas com a dignidade que merecem, independentemente das circunstâncias pessoais, clínicas ou outras que tenham". Segundo Francisco Matos, mais de 96% dos doentes "estão satisfeitos ou muito satisfeitos" com os cuidados que lhe são prestados, de acordo com os resultados dos inquéritos de satisfação.

"Melhorámos também muito as condições prestadas a pessoas com deficiência, no apoio domiciliário a doentes que tinham patologias com determinadas particularidades e introduzimos outras inovações", destacou.

A pressão pela qualidade permitiu, acrescenta, fazer mais de 80 procedimentos específicos para serem cumpridos e instituir 12 protocolos clínicos. "Foi uma grande pressão de trabalho em cima deste aumento do número de doentes operados", sublinhou Francisco Matos, destacando que existem 11 serviços cirúrgicos a trabalhar na UCA, que ainda não é responsável por toda a cirurgia ambulatória no CHUC.

O coordenador da unidade salientou também que, até à data, não se registou nenhum caso de infeção hospitalar, que já é considerada "um problema de saúde pública e de todos os hospitais".

Francisco Matos considera ainda que a cirurgia ambulatória é uma das "estratégias" para evitar as infeções hospitalares, na medida em que o tempo de permanência do doente é reduzido, o que evita o contacto com outro tipo de agentes.

A cirurgia em ambulatório caracteriza-se por menor tempo de internamento, no máximo com pernoita até 24 horas.

De acordo com a administração do CHUC, os casos em que foi possível a cirurgia ambulatória aumentaram de 48,2% em 2012 para 76% em 2016.