O presidente da União das Misericórdias Portuguesas (UMP) admitiu hoje congelar as unidades de cuidados continuados em construção, mas afirmou que as que estão prontas têm de abrir, sob pena de não conseguirem pagar salários e dividas à banca.

“Neste momento estão 5.500 camas a funcionar, estão prontas 5.800 e estão contratadas mais cerca de três mil”, disse Manuel Lemos na comissão parlamentar de saúde.

Para o presidente da União das Misericórdias Portuguesas, o problema mais premente é recuperar os pagamentos do Ministério da Saúde em atraso para poder manter em funcionamento as 5.500 camas.

O total dos pagamentos em atraso por parte do Ministério de Paulo Macedo é de 12,5 milhões de euros.

Manuel Lemos adiantou que estão prontas para abrir seis unidades de cuidados continuados, o que corresponde a 300 das 5.800 camas, que obrigatoriamente têm de abrir porque as misericórdias contraíram empréstimos e contrataram pessoal a quem têm de pagar salários.

“Há um conjunto de outras unidades em obras que totalizam mais três mil camas e que estamos a negociar com o Ministério da Saúde em atrasar a sua conclusão para que os custos possam ser suportados pela tutela”, disse Manuel Lemos, acrescentado que este atraso será negociado unidade a unidade.

O presidente da UMP afirmou, na comissão de saúde, que o custo global da rede de cuidados continuados das misericórdias é de perto de 43 milhões de euros.

Esta rede representa cerca de metade do total da rede de cuidados continuados do país.

09 de novembro de 2011

@Lusa