"É urgente aumentar o reconhecimento e conhecimento público dos sintomas da insuficiência cardíaca. Apesar da melhoria de cuidados verificada nos últimos 20 anos, a mortalidade por insuficiência Cardíaca permanece inaceitavelmente elevada, registando 2 a 3 vezes mais mortes do que alguns tipos de cancro em estadios avançados, como o cancro da mama e o cancro do cólon", diz Nuno Lousada, cardiologista e administrador da Fundação Portuguesa de Cardiologia.

Alguns dos sintomas que habitualmente não são associados a problemas do coração e que são os primeiros sinais de alerta para a insuficiência cardíaca são a dificuldade em respirar (dispneia), inchaço nos membros inferiores devido à acumulação de líquidos, fadiga, tosse ou pieira, náuseas e aumento de peso, refere o especialista.

Estima-se que uma em cada cinco pessoas desenvolva insuficiência cardíaca ao longo da sua vida, uma situação clínica debilitante, em que o coração não consegue bombear sangue suficiente para todo o corpo. Cinco anos é o tempo médio de vida para 50% dos doentes com insuficiência cardíaca, após o seu diagnóstico. Na maioria dos casos, ocorre porque o músculo cardíaco responsável pela ação de bombear o sangue enfraquece ao longo do tempo ou torna-se demasiado rígido.

Causas do enfraquecimento do músculo cardíaco

Esta doença ocorre muitas vezes devido a lesão do músculo cardíaco, o que pode acontecer após um ataque cardíaco ou outra doença que afete o coração, ou devido a uma lesão continuada e mais gradual, como acontece na diabetes, hipertensão, doença arterial coronária, colesterol elevado, consumo excessivo de álcool ou abuso de drogas. Na maioria dos casos, a insuficiência cardíaca não tem uma única causa.

O risco de desenvolver insuficiência cardíaca aumenta com a idade e, em geral, tem tendência a ser mais frequente nos homens do que nas mulheres. Cerca de 1 em 5 pessoas (20%) irá desenvolver insuficiência cardíaca nalguma altura das suas vidas.

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