15 de novembro de 2013 - 16h05

Um terço dos portugueses desconhece os sintomas associados ao cancro
do pulmão, uma doença que afeta todos os anos quatro mil novas pessoas,
revela um estudo internacional hoje divulgado.

Partindo de 17 mil
entrevistas em 21 países concluiu-se que na Europa os portugueses são
dos que menos identificam os sintomas do cancro do pulmão, com 33 por
cento dos inquiridos a desconhecer esses sintomas, mesmo assim à frente
dos mexicanos (35 por cento), argentinos (42) ou egípcios (48).

Mais
informados são, por exemplo, os franceses (só sete por cento
desconhecem os sintomas) ou os irlandeses (nove por cento), indica o
estudo realizado pela Global Lung Cancer Coalition (GLCC) e divulgado em
Portugal pela Associação Portuguesa de Luta Contra o Cancro do Pulmão
(Pulmonale).

Em termos globais, diz a Pulmonale em comunicado, o
estudo indica que uma em cinco pessoas desconhece totalmente os sintomas
associados ao cancro (tosse com sangue, por exemplo).

Segundo
palavras do presidente da GLCC, Mathew Peters, “é fundamental tomar
medidas” a nível dos governos e organizações de saúde para que as
pessoas se consciencializem para o problema.

Na quinta-feira, num
seminário internacional sobre tabagismo, o coordenador do Programa
Nacional de Doenças Oncológicas, Nuno Miranda, alertou para a
possibilidade de um aumento de cancros de pulmão em Portugal,
especialmente nas mulheres.

De acordo ainda com o estudo, os
ex-fumadores, nomeadamente os portugueses, estão ligeiramente mais
sensibilizados para os sintomas do cancro do pulmão do que os fumadores
ou não fumadores.

António Araújo, presidente da Pulmonale, disse
que um diagnóstico tardio explica as elevadas taxas de mortalidade do
cancro do pulmão, que mata anualmente 1,4 milhões de pessoas.

Para
chamar a atenção para o problema e para assinalar o Dia do Não Fumador,
que se assinala tradicionalmente a 17 de novembro, a Pulmonale faz
domingo uma largada de quatro mil balões em Lisboa, tantos quantos os
novos casos da doença por ano.

De acordo com Nuno Miranda, 87 por cento das mortes por cancro de pulmão devem-se ao tabaco.

Lusa