O anúncio das bolsas do Fundo - de um milhão de euros e que se destina a financiar atividades e projetos de investigação dirigidos para a proteção, promoção e melhoria da saúde das pessoas - vai acontecer esta terça-feira, numa cerimónia em que participará o ministro da Saúde.

As áreas da investigação clínica, básica e translacional e a saúde pública e serviços de saúde são as abrangidas pelo Fundo, ao qual chegaram 156 candidaturas.

Destas 156 candidaturas, 106 cumpriram os critérios do regulamento.

As doenças oncológicas motivaram o maior número de candidaturas (56), seguindo-se as doenças cérebro-cardiovasculares (30) e diabetes (20).

Ao todo estão envolvidos nos projetos propostos 653 investigadores de 500 instituições.

Na área da oncologia, vai receber uma bolsa a investigação do Instituto de Medicina Molecular (IMM) e do Hospital Santa Maria, em Lisboa, sobre o “papel de microRNAs na modulação da diferenção funcional de linfócitos T gamma-delta anti tumorais”.

O estudo visa, entre outros propósitos, “identificar alvos moleculares importantes para a conceção de novos protocolos clínicos na imunoterapia contra o cancro”.

Outra investigação que vai receber uma bolsa é sobre a “deteção de mutações somáticas no plasma de doentes com cancro do pulmão”, da autoria de uma equipa do Ipatimup, Hospital de São João, Porto.

“O objetivo desta proposta é demonstrar que é possível utilizar amostras de sangue periférico (biópsia líquida) como alternativa às biópsias tumorais para a identificação de alterações somáticas do cancro, quer aquando do diagnóstico quer durante a progressão da doença”.

A investigação “permitirá disponibilizar uma solução simples para a rotina de recolha de material biológico para análise molecular e para informar a decisão terapêutica em todas as fases de acompanhamento clínico do doente com cancro”.

A pesquisa sobre “o sistema cancroimunidade como alvo da terapia com a membrana amniótica humana no carcinoma hepatocelular”, da autoria de uma equipa da Universidade de Coimbra, Cell2B, Instituto Karolinska, Universidade de Aveiro, Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, vai também ser financiado.

Este projeto ambiciona “desenvolver uma terapêutica anti-inflamatória capaz de atingir dois alvos simultaneamente: o tumor e o seu microambiente”.

Na área das doenças cérebro-cardiovasculares, foi escolhida uma investigação sobre as “NanoTerapias Neuroprotetoras avançadas para o tratamento de acidentes vascularescerebrais”, da autoria de uma equipa de várias instituições: INEB, Centro Hospitalar do Porto, Universidade de Santiago de Compostela, Centro de Neurociências e Biologia Celular (CNBC/UC).

“A nanoterapia avançada aqui proposta tem como aplicação principal o tratamento de Acidente Vasculares Cerebrais (ACV), mas tem o potencial de ser aplicada a outras estratégias de neuroprotecção após lesão do SNC [Sistema Nervoso Central]”.

Uma equipa do IMM e do Hospital de Santa Maria vai ser financiada para desenvolver uma investigação sobre a “imagem cardíaca no acidente vascular cerebral de causa indeterminada”.

“Os resultados deste estudo, se comprovarem a presença de um estado protrombótico na aurícula esquerda dos doentes com AVC indeterminado, poderão indicar a presença de novos critérios para o diagnóstico de AVC isquémico de etiologia cardioembolica”, segundo a apresentação do projeto.

Uma equipa de investigadores do INEB, Centro Hospitalar de São João, Institute for Biomedical Imaging and Life Sciences e IMM vai receber uma bolsa do fundo para o projeto “microRNAs como biomarcadores/alvos terapêuticos para identificar/reverter a fibrose cardíaca”.

“Esta abordagem direcionada permitirá validar o potencial de miRNA como uma ferramenta alternativa na deteção da fibrose do miocárdio em doentes com enfarte agudo do miocárdio (EAM) e servirá de suporte para futura análise transversal destes marcadores noutras patologias cardíacas”.

Em relação à diabetes, os projetos vencedores deverão ser conhecidos até ao final de 2015.

Em 2016, as bolsas serão atribuídas a projetos nas áreas das doenças oncológicas, raras e reumáticas.