22 de março de 2013 - 10h35
Uma terapia genética pioneira permitiu, a partir da modificação de células do sistema imunitário, causar a remissão do cancro linfático num grupo de adultos portador de uma forma agressiva de leucemia, revela um estudo publicado esta quinta-feira nos Estados Unidos.
Os cinco pacientes com idades entre os 23 e os 66 anos, que sofriam de leucemia linfoblástica aguda, curaram-se depois de receber linfócitos geneticamente modificados provenientes do seu próprio sistema imunitário.
O tratamento eliminou as células cancerígenas que tinham reaparecido mesmo depois da quimioterapia, atestam os resultados do teste clínico, conduzido por Renier Brentjens, oncologista do hospital Memorial Sloan-Kettering, em Nova Iorque.
O estudo é publicado na última edição da revista Science Translational Medicine.
A remissão, obtida entre uma semana e 59 dias, permitiu que quatro dos doentes recebessem um transplante de medula óssea, um tratamento eficaz e que elimina este tipo de leucemia mas que é violento e desgastante fisicamente para o paciente. O quinto participante acabou por morrer com uma recidiva da doença. 
Dos quatro que receberam o transplante de medula óssea, um morreu vítima de uma embolia pulmonar e outros continuam em tratamento.
A técnica 
A técnica consiste em recolher do sangue dos doentes os linfócitos T, as principais células do sistema imunitário, para modificá-los geneticamente com um vírus e dotá-los de um recetor molecular que lhes permite atacar as células cancerígenas.
Uma vez modificados, os linfócitos são devolvidos ao paciente através de uma perfusão, multiplicando-se no corpo. Esta técnica já tinha sido utilizada nos Estados Unidos em crianças com leucemia.
SAPO Saúde com AFP