ensaio Ipergay, agora publicado na revista médica norte-americana New England Journal of Medicine, já tinha sido apresentado publicamente em fevereiro na Conferência sobre Retrovírus e Infeções Oportunistas, realizada em Seattle, nos Estados Unidos. Mas os resultados ainda não tinham sido publicados numa revista de referência, como é regra na comunidade científica.

O estudo em causa foi conduzido em 414 homossexuais franceses e canadianos.

A publicação coincide com o Dia Mundial contra a Sida (1 de dezembro) e surge uma semana depois do sinal verde dado por França para o uso do fármaco Truvada - uma combinação de antirretrovirais do laboratório norte-americano Gilead - como ferramenta de prevenção.

França vai fornecer fármaco a VIH-negativas com risco elevado de contaminação

A ministra da Saúde francesa, Marisol Touraine, anunciou 23 de novembro que o tratamento preventivo será 100% subsidiado no próximo ano para as pessoas VIH-negativas com risco elevado de contaminação.

A sua decisão foi baseada principalmente nos resultados do estudo Ipergay, escreve a agência France Presse.

Ao contrário dos estudos feitos nos Estados Unidos e no Reino Unido sobre a terapia preventiva administrada continuamente (um comprimido por dia), o estudo coordenado pela Agência Nacional de Pesquisas sobre Sida (ANRS) baseou-se num tratamento avulso, com dois comprimidos de Truvada tomados antes da relação de risco, um terceiro no dia seguinte e um quarto dois dias mais tarde.

Metade do grupo estudado recebeu Truvada e a outra metade tomou um placebo. Foram contabilizadas dezasseis infeções durante os nove meses de follow-up dos participantes: 14 no grupo placebo e dois no grupo Truvada. Os autores observam que ambos  interromperam o tratamento várias semanas antes da infeção.

Para Jean-Michel Molina, um dos autores, "os resultados do estudo mostram por um lado que o risco de infeção pelo VIH é muito elevado em França e no Canadá nas populações de risco e, por outro, que o tratamento preventivo permite uma redução importante do risco, justificando a sua implantação como um meio adicional de prevenção contra o VIH".

O teste Ipergay deve, segundo a ANRS, voltar a ser realizado em 2016, para trazer novos dados sobre "a eficácia a longo prazo" do tratamento preventivo, mas também sobre a "sua observação e o seu impacto nos comportamentos sexuais".

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