Karen, um menino de seis anos, sofria desta forma rara de anemia, que impede a regeneração eficaz das células do sangue, geralmente tratada através do transplante de medula óssea.

A dificuldade em encontrar um dador compatível motivou o recurso à utilização de células estaminais do sangue do cordão umbilical da própria criança, que tinham sido prevamente criopreservadas.

O tratamento só foi possível através da administração de células hematopoeiticas (células estaminais do sangue do cordão umbilical).

"A comunidade científica e médica está a receber esta notícia com bastante otimismo, já que é mais uma prova do potencial terapêutico das células hematopoeiticas no tratamento deste tipo de patologia. Apesar disso, é já o 12.º caso bem sucedido, pelo que já há evidência empírica do grande potencial deste tipo de células. O que é de salientar, cremos, é o recurso cada vez mais frequente para tratar patologias tão diversas como leucemias, linfomas, anemias graves e congénitas, hemoglobinopatias, imunodeficiências congénitas, mieloma múltilplo, entre outras", comenta Patrícia Cruz, diretora do Banco de Tecidos e Células do laboratório Cytothera, em Lisboa.

O tecido do cordão umbilical é composto por uma mistura heterogénea de células estaminais, que após ser purificada de modo a selecionar as células relevantes na criopreservação, é posteriormente armazenada em quatro criotubos, o que permite quatro utilizações futuras.

As células estaminais mesenquimais representam menos de 0,1% da totalidade das células presentes no tecido do cordão umbilical.

Para o processo ser considerado bem sucedido têm de ser atingidas 3 milhões de células estaminais, sem qualquer tipo de contaminação bacteriana ou fúngica detetada. Estas células ficam imediatamente disponíveis para utilização em futuras terapias celulares.