Se tem um emprego stressante, não é apenas a sua pressão arterial que vai pagar por isso. O risco de desenvolver cancro dispara. As conclusões são de um novo estudo publicado na revista médica especializada Preventive Medicine.

Trabalhar debaixo de pressão constante durante 15 anos aumenta o risco de cancro do pulmão, cólon, reto, estômago e do linfoma não-Hodgkin, um tipo de tumor que se desenvolve nos gânglios linfáticos.

Insegurança laboral, excesso de trabalho, deadlines apertados e vínculos precários devem ser considerados um problema de saúde pública, alertam os investigadores da Universidade do Quebeque que lideraram o estudo.

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Outras investigações já tinham demonstrado uma elevada prevalência de doenças do foro psiquiátrico em pessoas com excesso de trabalho ou com um emprego stressante, mas até agora não tinha sido estabelecida nenhuma relação forte entre o risco de cancro e a pressão laboral a longo prazo.

Para estudar essa hipótese, os investigadores da referida instituição analisaram a prevalência de cancro em homens com trabalhos com elevados níveis de stress.

Segundo o estudo, as pessoas que trabalham sob mais stress tendem a fumar mais, comer mais e beber mais álcool, três importantes fatores de risco do cancro.

"A associação entre o stress psicológico percebido no local de trabalho - ao longo de toda a carreira profissional - e o cancro entre homens nunca foi avaliada. O nosso estudo mostra que a exposição prolongada ao stress foi associada a uma maior probabilidade de tumores malignos", conclui Blanc-Lapierre, principal autor do estudo.