Estima-se que cerca de 24% destes doentes sofram um internamento em virtude de uma doença cardiovascular num prazo de 5 anos, previsão que corresponde a um total de 34,8 milhões de internamentos.

Com custos globais fixados na ordem dos 1328 triliões de euros, distribuídos por um período de 5 anos, o tema revolucionário da suplementação de ómega-3 pode vir a aliviar o encargo financeiro que representa uma forte pressão sobre os orçamentos de saúde por toda a Europa.

Esta redução dos custos de cerca de 4,9% resultaria, de acordo com o mesmo estudo, numa diminuição até 1,5 dos internamentos em toda a União Europeia entre 2016 e 2020 e uma poupança total de 64,5 biliões euros no período de cinco anos, correspondentes a uma diminuição anual de 12,9 biliões de euros em cuidados de saúde.

Para Patrick Coppens, responsável da FSE, as conclusões desta análise representam dados económicos difíceis de ignorar que devem ser tomados em consideração pelos decisores políticos pelos ganhos substanciais que esta opção representa.

Os benefícios do ómega-3 na área cardiovascular já se encontram documentados, evidenciando os benefícios do EPA (ácido eicosapentaenóico) e do DHA (ácido docosahexaenóico) na manutenção dos níveis normais de triglicéridos, da pressão arterial e da função coronária em situações de suplementação com doses superiores a 1 grama.

O mesmo relatório avança ainda que cerca de 20% dos europeus com idade superior a 55 anos já está a fazer suplementação de omega-3 e promete a realização de futuros relatórios económicos acerca dos benefícios de outros nutrientes.

Onde encontramos o ómega 3 na alimentação?

O ómega-3 integra a família das gorduras polinsaturadas, da qual o ómega-6 também faz parte. Este último, substancialmente presente em óleos vegetais (como as sementes de girassol, a soja e cremes vegetais) e mais facilmente encontrado em alimentos diariamente consumidos, faz parte da alimentação de muitos, apesar de dever ser ingerido de forma (mais) regrada.

Por outro lado, a maioria das dietas tem um consumo empobrecido de ómega-3, apesar da sua fácil digestão em todas as fases da vida e dos seus benefícios amplamente explorados. Não sendo produzido pelo próprio organismo, depende em exclusivo da alimentação e da hipótese de suplementação deste nutriente, uma opção que exige aconselhamento médico adequado.

Do ómega-3 fazem parte o ácido alfa-linolénico (ALA), o ácido eicosapentaenoico (EPA) e o ácido docosahexaenoico (DHA). O primeiro é de origem vegetal e pode ser convertido em DHA ou em EPA (exemplo: as sementes de chia e de linhaça, as nozes, os óleos de soja e canola); o DHA é essencial no desenvolvimento da função cognitiva e o EPA está muito presente nos peixes e nas algas. Também os óleos de soja e canola, as sementes de chia e de linhaça, as nozes, as amêndoas e os amendoins são ricos neste nutriente, em particular no ácido alfa-linolénico.

Dado o facto de o ácido alfa-linolénico se converter apenas parcialmente em DHA ou em EPA e de o organismo não ter capacidade para produzir ALA, torna-se essencial garantir um bom consumo de peixes como o arenque, o atum, o bacalhau, o carapau, a cavala, o salmão e a sardinha são ricos em ómega-3. A partir dos 30 anos o organismo tem dificuldades acrescidas no processo de transformação do ácido alfa-linolénico em EPA e DHA que recebe de vegetais, tornando-se (ainda mais) importante o reforço do consumo de determinados peixes.

Na hora de o escolher atente na sua origem: o processo de captura pode determinar a quantidade de ómega-3 que este alimento retém. Por exemplo, o salmão capturado em alto mar (águas frias) permite a produção dos EPA e DHA pelo facto de se alimentar de plâncton. Se, por outro lado, o salmão que habitualmente adquire é de cativeiro, onde as opções alimentares são diferentes, os níveis de ómega-3 ficam comprometidos.

Conheça os principais benefícios do ómega-3

- Fortalece o cérebro, aprimorando a memória e o sentido de humor;
- Reduz os níveis de colesterol;
- Diminui a quantidade de triglicéridos e a pressão arterial;
- Tem propriedades anti-inflamatórias e sistema imunológico;
- Ajuda a prevenir doenças cardiovasculares e reduz o risco de arritmias;
- Excelente no combate à depressão;
- Importante no combate à osteoporose, aumentando a capacidade de absorção do cálcio;
- Essencial no combate à diabetes e à obesidade;
- Reduz os sintomas de tensão pré-menstrual (TPM);
- Útil no emagrecimento (quando consumido em doses corretas);
- Necessário no tratamento da artrite reumatoide, asma e psoríase.