A investigação remonta ao Paleolítico Superior há 45 mil anos atrás. "O que vemos é uma história onde em muitos momentos umas populações substituem outras, a migração acontece numa escala dramática numa altura em que o clima mudava radicalmente", comenta David Reich, geneticista da Universidade de Harvard e principal autor do estudo publicado na revista Nature, à BBC.

A investigação analisou o ADN de 51 euroasiáticos e mostra, mais uma vez, que o homem neandertal e o homem moderno (homo sapiens) procriaram, dando origem a filhos férteis. Embora os primeiros homo sapiens tenham chegado à Europa há 45 mil anos atrás, a sua impressão genética desapareceu completamente nas populações atuais. Acredita-se que a última Idade do Gelo exterminou povos inteiros e obrigou outros à emigração, descreve a RTP Online.

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Seguiu-se, acredita a ciência, um fluxo migratório para regiões mais quentes no sul da Europa, em particular para a Península Ibérica. Depois da última Idade do Gelo, a população volta novamente a expandir-se para o norte da Europa, recuperando o território.

Há 14 mil anos atrás, uma população oriunda do oriente próximo substitui grande parte dos povos anteriores precisamente nestas regiões. A análise de genes obtidos a partir dos restos mortais de seres humanos dessa época não dão margem para dúvidas: pele escura e olhos claros.

"Este trabalho mostra que os primeiros indivíduos com genes de pele clara viveram só há 13.000 anos com a chegada dos primeiros agricultores do Médio Oriente. Quando começa o período Neolítico, a pele clara torna-se mais comum", revela o investigador da Universidade de Cantábria.

O estudo conclui que até há 14 mil anos todos os europeus eram negros ou tiveram a pele escura durante a maior parte da sua história.