“O cancro da mama é o tumor maligno mais frequente na mulher. Nos Açores são atualmente diagnosticados cerca de 130 novos casos por ano, correspondendo a uma taxa padronizada de incidência de 97 casos por 100 mil mulheres”, refere um comunicado do Centro de Oncologia dos Açores Professor Doutor José Conde, sediado na ilha Terceira.

Os mais recentes dados estatísticos sobre esta patologia no arquipélago são agora divulgados no âmbito da comemoração do Dia Nacional de Prevenção do Cancro da Mama, que se assinala a 30 de outubro, Mês Internacional de Sensibilização para o Cancro da Mama.

Os dados do registo oncológico regional relativos ao triénio 2010-2012 indicam que ocorrem nas ilhas entre 35 a 40 mortes anuais devido à doença, o que se traduz numa taxa padronizada de mortalidade de 23 óbitos por 100 mil mulheres com cancro de mama.

Segundo o Centro de Oncologia dos Açores (COA), o aumento do número de casos poderá estar relacionado com fatores de risco da doença, decorrentes, por exemplo, das alterações nos hábitos reprodutivos da mulher nas últimas décadas, mas também com a maior capacidade de diagnósticos da doença.

Não sendo possível evitar totalmente a ocorrência do cancro da mama, o COA apela às mulheres açorianas para que participem nos rastreios, que são fundamentais para “se alcançar um maior controlo da doença, melhorar o prognóstico, aumentar a sobrevida e diminuir a mortalidade”.

Desde finais de 2008 que decorre nos Açores o rastreio organizado ao cancro de mama, coordenado pelo Centro de Oncologia dos Açores, que consiste na realização gratuita de uma mamografia a mulheres com idades compreendidas entre os 45 e 74 anos, sendo o exame repetido de dois em dois anos até a paciente completar 74 anos.

Entre 2009 e 2010 participaram no rastreio 19.129 mulheres nos Açores, entre 2011 e 2012 foram quase 24 mil e entre 2013 e 2014 o COA estima que a iniciativa, que ainda decorre no terreno, abranja um total de 26.500 mulheres.

Além da criação dos serviços de oncologia nos três hospitais do arquipélago (Ponta Delgada, Angra do Heroísmo e Horta) no final da década de 80/início da década de 90 do século XX, que permitiram melhorar os cuidados de saúde na área oncológica, os Açores dispõem também de duas unidades móveis utilizadas para realizar rastreios nas ilhas.