Em declarações à agência Lusa, o responsável das Termas de S. Pedro do Sul, Victor Leal, considerou que 2015 "está a ser um ano positivo" e disse já terem passado por esta estância termal do distrito de Viseu cerca de 16.500 utentes.

"Sabíamos que ia ser um ano complicado e exigente, devido à situação de crise económica e falta de recursos económicos continuados das famílias para investir em saúde e termalismo. Também tínhamos um concorrente, as termas de Chaves, que iriam reabrir, e isso conta muito num setor pequeno como este, em que o número de utentes tem vindo a cair drasticamente nos últimos anos", sustentou.

De acordo com o responsável das termas de S. Pedro do Sul, que representam cerca de 37 por cento da quota de mercado nacional, a área do bem-estar e da fisioterapia cresceram 10 por cento, mas foi a aposta na linha de produtos com água termal que mais contribuiu para o balanço positivo.

"A nossa aposta numa área inovadora como é a dermocosmética tem-se revelado um sucesso. Como tal, contribuiu enormemente para que o ano de 2015 seja um ano positivo", acrescentou.

No entanto, o número de clientes em 2015 "continua longe dos registados antes da crise, que rondavam os 20 e 25 mil utentes por ano".

Ainda no distrito de Viseu, as Termas da Felgueira também registaram um crescimento na ordem dos 4,5 por cento no número de inscrições no termalismo terapêutico, com maior incidência nas patologias das vias respiratórias.

O crescimento foi maior no bem-estar (16,5 por cento), verificando-se "uma maior preocupação dos utentes por esta área". "Ao todo, passaram pelas Termas da Felgueira 3.200 pessoas em 2015", revelou o seu responsável, Adriano Ramos.

No distrito de Aveiro, as Termas do Luso, Mealhada, chegam ao fim do ano de 2015 ultrapassando a linha dos 4 mil utentes. Segundo o responsável das Termas do Luso, em 2015 verificou-se um crescimento na ordem dos 12 por cento face a 2014.

"A área do bem-estar é a que tem maior número de clientes, embora tanto esta como a da terapêutica tenham vindo a crescer. Temos registado uma evolução muito positiva, fruto da inovação das ofertas que temos procurado oferecer e que têm sido bem aceites", revelou.

A estância termal, que ocupa a quarta posição do ranking do setor termal nacional em número de utentes, tem procurado que "as áreas se inter-relacionem em termos de ofertas, para continuar a crescer". No distrito de Castelo Branco, as Termas de Monfortinho tiveram um ano positivo face às expectativas que depositavam em 2015, tendo passado por estas instalações cerca de 2.500 utentes.

"Tratou-se de um ano semelhante ao anterior, mas com algum crescimento em termos de receitas, especialmente em termos de cura termal", informou o responsável, Pedro Próspero.

No seu entender, o decréscimo que se tem registado no termalismo de saúde, nos últimos anos, fica a dever-se à crise, mas também porque nem sempre há indicação médica para este tipo de tratamentos. "A indicação médica para este tipo de tratamentos caiu em desuso, embora se trate de uma alternativa muito boa para quem procura curas com saúde", concluiu.