"Tem havido um grande aumento de crianças a fazer tratamentos em termas, talvez pela maior incidência de um certo tipo de patologias como as alergias e as asmas brônquicas. Sentimos que há cada vez mais crianças a procurar estas terapias porque não têm contraindicações", explicou.

Em declarações à agência Lusa, o responsável pela estância termal do concelho de Nelas, no distrito de Viseu, sublinhou que os efeitos dos tratamentos com água mineral são seguros: não provocam sono e não agridem outro órgão.

"Sempre tivemos uma atenção especial para o termalismo pediátrico - entre o um ano e os 18 anos - que é uma das nossas apostas. Temos uma sala específica para tratar as vias respiratórias de crianças, com técnicas que usamos especificamente nestas idades", informou.

Adriano Ramos destacou a insuflação tubo-timpânica, "uma técnica médica, aplicada por um médico, que é usada sobretudo nas situações de otites crónicas ou de repetição, e que tem efeitos excelentes".

"Essa é uma das razões de sermos muito procurados por crianças. Somos líderes em Portugal no segmento pediátrico: cerca de 25 por cento das crianças que fazem tratamento em termas fazem-no nas Caldas da Felgueira", avançou.

Para além dessa técnica, as Termas da Felgueira dispõem de "uma outra técnica que também é muito apreciada pelos meninos: a nebulização coletiva".

"Esta técnica consiste numa grande câmara de vapor de água mineral, que aproveita toda a mineralização da água. Não é um banho turco, saliento bem a diferença, pois no banho turco o vapor é feito por evaporação, enquanto na nebulização coletiva o vapor é água mineral pulverizada", explicou.

Por ano, passam pelas Termas da Felgueira "entre 900 a mil crianças", num universo de mais de 4.500 aquistas com estadia mínima de sete dias.

"No primeiro ano de tratamento, as pessoas notam logo grande melhoria. Porém, isto é uma terapêutica que não é imediata: não é como um comprimido que uma pessoa toma e o sintoma desaparece. É um tratamento natural, cuja terapêutica tem o seu ritmo", sustentou.

No seu entender, o tratamento deve ter entre sete a 21 dias - dependendo da patologia e da situação do doente - e deve ser repetido vários anos: pelo menos três anos.

As recomendações de tratamento nesta estância termal chegam por parte de termalistas ou amigos, mas "principalmente por parte de médicos".

"Somos a estância termal em Portugal que provavelmente tem o maior índice de prescrição médica. Os nossos clientes são referenciados por médicos, sobretudo por otorrinos que nos conhecem bem, sabem as aplicações médicas que nós temos e que nos distinguem dos nossos concorrentes", frisou.

A pequena Mariana Gaspar, de seis anos, veio de Lisboa pelo terceiro ano consecutivo para estar duas semanas nas Termas da Felgueira "a curar as otites".

"Agora tenho poucas otites e, como vou para o primeiro ano, não vou precisar de faltar à escola por estar doente", descreveu.

De acordo com a avó, Célia Franco, a criança de seis anos ficava todos os meses doente com uma infeção nos ouvidos.

"Tomou sempre muitos antibióticos, mas agora está francamente melhor e, no último ano, só teve uma otite. Já os meus filhos mais velhos fizeram cá tratamentos com ótimos resultados às vias respiratórias", concluiu.