31 de outubro de 2013 - 14h30
Tratar portadores de HIV depois da contração da infeção apresenta uma boa relação custo-benefício a longo prazo, destacou um estudo publicado na quarta-feira que se concentrou em casos na África do Sul e Índia.
O estudo, publicado no New England Journal of Medicine, analisou a relação económica de oferecer terapia com antirretrovirais (TAR) aos seropositivos antes que a carga viral se torne alta demais. Nos primeiros cinco anos, os resultados demonstraram que 93% dos pacientes que tomaram TAR sobreviveram, enquanto no grupo em que o tratamento foi tardio, apenas 83% conseguiram sobreviver.
A esperança de vida do grupo de tratamento precoce também foi mais longa, quase 16 anos, mais que os 14 anos obtidos pelo grupo de tratamento tardio.
Embora os cientistas já tenham determinado que o tratamento precoce do HIV tem muitos benefícios, o seu custo, segundo o Centro de Prevenção e Controlo de Doenças dos Estados Unidos, permanecia uma questão preocupante. Mas ao projetar os custos de tratamento ao longo do tempo e ao prestar contas dos efeitos de uma saúde melhor com menos infeções, os cientistas descobriram benefícios económicos a longo prazo.
"Em resumo, o tratamento precoce terapia de antirretrovirais é uma situação em que todos ganham: os pacientes infetados com o HIV têm vidas mais saudáveis, os eus parceiros ficam protegidos do HIV e o investimento é excelente", afirmou a co-autora do estudo, Rochelle Walensky, do Hospital Geral de Massachusetts.
Os cientistas decidiram concentrar-se na África do Sul e na Índia porque estes países têm dos registos mais altos de pessoas com HIV.
O teste mostrou que o tratamento preventivo reduziu dramaticamente os riscos de transmissão viral e também diminuiu substancialmente o desenvolvimento de infeções como a tuberculose em pacientes seropositivos.
A África do Sul e a Índia também serviram como amostras dos países de baixo e médio orçamento, onde persistem as dúvidas sobre quando tratar pessoas com HIV.
"Nós descobrimos que a TAR melhorou substancialmente a taxa de sobrevivência dos pacientes infetados, reduziu enormemente a taxa de transmissões precoces de HIV e forneceu um excelente retorno do investimento", concluiu o estudo.
SAPO Saúde com AFP