Impedir o reaparecimento do síndrome do choque tóxico, uma patologia grave, apesar de pouco comum, que afeta mulheres portadoras do estafilococo, o nome habitualmente dado às bactérias do género Staphylococcus, é o principal objetivo de um grupo de investigadores franceses. Para estudarem os mecanismos que levam ao desenvolvimento da doença, os especialistas necessitam de reunir, pelo menos, 1.000 tampões usados.

Depois do aumento do número de casos no país nos últimos anos, os cientistas lançaram um apelo insólito, desafiando mulheres a visitar o site do Centro Hospitalar Universitário de Lyon ou a enviar um e-mail a pedir um kit de recolha de tampões utilizados. Como contrapartida, a instituição oferece uma análise que permite avaliar se as aderentes do projeto são portadoras da bactéria que está na origem da doença.

Os investigadores franceses estão convencidos que a natureza dos componentes dos tampões, a sua utilização intensiva ou ainda uma série de alterações na flora vaginal provocadas por (maus) hábitos alimentares podem estar na origem do surgimento da patologia. Em fevereiro, uma associação local que representa 60 milhões de consumidores alertou para a presença regular de toxinas nalguns produtos de proteção higiénica.

Texto: Luis Batista Gonçalves