“Evitou-se deslocar doentes e eventuais acompanhantes para o hospital, ganhando o Serviço Regional de Saúde em eficiência e, ainda, beneficiando os doentes de uma melhoria na sua acessibilidade a consultas de especialidade, pois a resposta do especialista efetua-se no máximo em dez dias”, disse hoje à agência Lusa fonte da Secretaria Regional da Saúde.

A mesma fonte adiantou que este projeto começou, contudo, em 2003, sob a forma experimental nesta ilha do grupo ocidental, onde hoje o Governo Regional termina uma visita estatutária de dois dias.

Porém, a telemedicina enfrentou intermitências ao longo dos anos devido a dificuldades técnicas, informou a mesma fonte.

Neste momento, a unidade de saúde da ilha das Flores tem referenciados 25 utentes para serem seguidos através da telemedicina, na especialidade de dermatologia, número que resultou da última deslocação de um médico especialista à ilha, em março.

“Estes doentes com referenciação vão ter a sua consulta via Medigraf (plataforma de telemedicina idealizada e desenvolvida pela PT) e serão acompanhados na Unidade de Saúde da ilha das Flores”, referiu.

Além da dermatologia, a telemedicina tem sido uma ferramenta utilizada na área de enfermagem (subespecialidade suporte à decisão no tratamento de feridas), assim como no aconselhamento em emergência médica/evacuações aéreas.

De acordo com a Secretaria Regional da Saúde, o principal objetivo da telemedicina nos Açores “nunca esteve diretamente relacionado com a redução de custos em deslocações, mas sim em aumentar a acessibilidade dos utentes às consultas de especialidade”.

Em abril de 2015, o presidente do Governo Regional dos Açores, Vasco Cordeiro, manifestou a esperança de ter a funcionar até ao final de 2016 cerca de 14 projetos de telemedicina, para tornar mais rápida a acessibilidade a alguns cuidados de saúde.

"Alguns estão já em fase mais adiantada de implementação, como é o caso da dermatologia. Mas são tudo projetos que vamos até final da legislatura trabalhar para que fiquem concretizados o mais rapidamente possível", disse Vasco Cordeiro na ocasião, acrescentando que em causa estão áreas relacionadas com a reumatologia, a obstetrícia, a cardiologia, a endocrinologia ou o aconselhamento médico em casos de emergência e eventual necessidade de "evacuação médica aérea".

Atualmente, em várias unidades de saúde da região, a telemedicina está a funcionar nas especialidades de nefrologia, cardiologia pediátrica e neonatologia, endocrinologia, permitindo ainda ser utilizada na enfermagem e evacuações médicas.