O Sindicato dos Técnicos Superiores de Saúde das Áreas de Diagnóstico e Terapêutica diz que tinha acordado com o Governo uma quota de 30% de lugares de topo de carreira para os profissionais de diagnóstico e terapêutica, mas que a portaria publicada no final de agosto deste ano reduziu essa parcela para 15%.

Além disso, o Governo comprometeu-se a negociar até final de setembro questões essenciais relacionadas com a nova carreira profissional destes técnicos, como as transições na carreira e as tabelas salariais, mas isso ainda não aconteceu, disse à agência Lusa a dirigente sindical Alexandra Costa.

Em Coimbra e genericamente na região Centro a adesão à paralisação, que teve início às 00:00 de hoje, é idêntica aos cerca de 90% registados no conjunto do país, estimou a dirigente sindical, que ainda não dispunha de dados mais específicos e rigorosos.

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“Estão, naturalmente, a ser cumpridos os serviços mínimos”, nos termos determinados pelo tribunal arbitral constituído para o efeito, salientou o também dirigente daquele sindicato Rodolfo Ferreira.

Cerca de uma centena de técnicos de diagnóstico e terapêutica, estiveram hoje, de manhã, durante cerca de duas horas e meia, concentrados junto à entrada dos HUC (um dos estabelecimentos que integra o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra), em protesto e a divulgarem os motivos que explicam esta greve de dois dias.

A maior parte dos manifestantes que participaram na concentração exercem funções em estabelecimentos de saúde do setor público, essencialmente de Coimbra, mas também de outros locais da região Centro, designadamente de Aveiro, Figueira da Foz e Leiria, adiantaram, durante a concentração, os dois dirigentes sindicais.

Os técnicos de diagnóstico e terapêutica, que abrangem áreas como as das análises clínicas, radioterapia, radiologia ou farmácia, entre outras, são “os únicos licenciados e técnicos superiores da administração públicas” que não recebem o mesmo salário-base dos restantes técnicos superiores da administração pública, sublinharam os dirigentes sindicais.

A situação constitui outra das razões do protesto destes profissionais, que também exigem remunerações idênticas às dos técnicos superiores da administração pública na saúde.