Os restaurantes e estabelecimentos de diversão que proibiram o fumo registaram uma redução de nicotina superior a 90% e os que funcionam sem separação física dos espaços têm níveis perigosos para a saúde, indica um estudo.

As conclusões constam do projeto de “Avaliação da exposição ao fumo do tabaco ambiental na indústria de restauração/diversão”, cujos dados preliminares foram apresentados no Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA), num encontro a propósito do Dia Nacional do Não Fumador, assinalado no passado dia 17 de novembro, e apontam para uma revisão da lei com “a máxima urgência”.

Financiado pela Fundação Calouste Gulbenkian e desenvolvido na Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade da Beira Interior, o estudo teve por objetivo produzir evidência científica no âmbito dos níveis de nicotina no ar em ambientes de restauração e diversão, recolhendo dados no momento anterior à lei do tabaco e após a entrada em vigor da Lei de Prevenção e Controlo do Tabagismo.

Para tal, em 2007 foram analisados 51 pontos de amostragem, no momento anterior à entrada em vigor da lei, e 57 pontos de amostragem no período após a lei (entre 2008 e 2010).

Estes dados identificaram "melhorias significativas" nos locais onde foi instituída a proibição total de fumar, apresentando uma redução de valores de nicotina superiores a 90%.

Contudo, nos locais sem separação física dos espaços de fumo e sem fumo, os valores de nicotina no ar foram semelhantes nas duas áreas, atingindo, em alguns locais, níveis que põem em risco a saúde dos trabalhadores e frequentadores dos locais.

Estas conclusões apontam no sentido da revisão da lei com “a máxima urgência” e “a retirada das situações de exceção que apresentam riscos para a saúde”.

20 de novembro de 2011

@Lusa