Na sua página da internet, a PGDL refere que neste inquérito “são suspeitos ex-dirigentes que, no âmbito das suas funções, visando obter e conceder vantagens pecuniárias ilícitas, terão elaborado documentos de conteúdo inverídico e, com base neles, garantido o pagamento de remunerações que não eram devidas por não terem correspondência com serviços prestados, bem como a concessão de outros benefícios pecuniários”.

A PGDL sublinha que os suspeitos, enquanto dirigentes da Ordem dos Enfermeiros, terão causado “um prejuízo de milhares de euros ao Estado”.

No âmbito deste inquérito da 9.ª secção do Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Lisboa, foram emitidos pelo Ministério Público (MP) mandados de busca às instalações da Ordem dos Enfermeiros e a uma empresa de consultoria de gestão e contabilidade, ambas situadas em Lisboa.

De acordo com a PGDL o inquérito “encontra-se em segredo de justiça” e a investigação prossegue sob a direção do MP da 9.ª secção do DIAP de Lisboa com a coadjuvação da Unidade Nacional de Combate à Corrupção da PJ.

A operação dirigida pelo MP está hoje a ser realizada pela Polícia Judiciária.

Fonte ligada à investigação confirmou hoje à agência Lusa que a PJ está a realizar buscas nas instalações da Ordem dos Enfermeiros para "recolha de prova" relacionada com uma queixa apresentada pela bastonária desta ordem profissional de serviço público.

A notícia sobre as buscas foi avançada pela SIC que refere que estas diligências da PJ resultam de uma denúncia da bastonária da Ordem dos Enfermeiros, Ana Rita Cavaco, sobre alegadas irregularidades financeiras no seio da instituição.

Processo disciplinares internos

Em fevereiro, a imprensa noticiou que a bastonária da Ordem dos Enfermeiros, Ana Rita Cavaco, instaurou processos disciplinares contra a então vice-presidente, Graça Machado, e contra José Lopes, à data diretor financeiro.

A Graça Machado são imputados factos como acumulação ilegal de ordenados (da Ordem dos Enfermeiros e da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo), despesas sem justificação e uma "cunha", enquanto José Lopes é acusado de ter alterado o sistema informático que controla as horas de trabalho, de não ter pago o IMI de vários imóveis que são propriedade da Ordem e de ter metido uma "cunha", de acordo com o Diário de Notícias.

Posteriormente, segundo noticiou então a TVI, o diretor financeiro e a vice-presidente, ambos suspensos de funções, acusam a bastonária de várias irregularidades relacionadas com o preenchimento de despesas e com a reestruturação dos serviços jurídicos, alegadamente em interesse próprio.