Algumas bebidas aparentemente inócuas, como sumos de fruta, podem ter mais açúcar do que uma lata de coca-cola. A conclusão é de uma associação britânica de saúde pública que lançou um apelo aos fabricantes para "irem mais longe e mais rápido" na redução dos açúcares nos produtos.

O açúcar escondido em diversos produtos de consumo diário, como os refrigerantes, polpa de tomate ou as batatas fritas de pacote, é um dos principais responsáveis pelo aumento da incidência de doenças como a diabetes tipo 2, hipertensão e cancro.

A "Local Government Association" (LGA) descobriu, por exemplo, que o sumo de arando (baga da família do mirtilo) da marca "Ocean Spray" tem 11 gramas de açúcar por cada 100 mililitros e o sumo de romã da marca "Pomegreat" tem 12,1 gramas, mais que os 10,6 gramas de açúcar contidos numa lata de Coca-Cola, escreve a TVI.

Mais do dobro do açúcar recomendado

"É totalmente inaceitável que uma lata de refrigerante do tamanho normal contenha 12 colheres de açúcar, o dobro do limite diário recomendado", afirma a presidente da do LGA, Izzi Seccombe, citado pela imprensa britânica.

Esse mesmo responsável pediu aos fabricantes para seguirem o exemplo da empresa "Britvic", que produz sumos como o "Robinsons", "Fruit shot" e "J2O", que se comprometeram a reduzir em 20% as calorias das bebidas em cinco anos.

Uma em cada três crianças do ensino primário em alguns países desenvolvidos tem excesso de peso ou é obesa segundo dados da Organização Mundial de Saúde.

"Produtos como estes estão a alimentar a obesidade", recorda Seccombe.

Segundo um estudo publicado na quinta-feira pela revista Lancet, Portugal é o terceiro país da Europa ocidental com maior percentagem de raparigas obesas e com excesso de peso, problema que afeta 27,1% das jovens portuguesas.

Um outro estudo, também divulgado em 2014, revelou que uma em cada três crianças tem excesso de peso e que a obesidade afeta 14,6% das crianças portuguesas com idades entre os 6 e os 9 anos.