"Pelo menos 80% dos casos viram a frequência de crises reduzida para metade. E isso é muito difícil de conseguir", comentou em entrevista coletiva o neuropediatra Sául Garza, responsável pela investigação e coordenador da Unidade de Neurodesenvolvimento do Hospital Espanhol da Cidade do México.

O estudo, pioneiro no país com crianças com a doença, foi realizado com 38 pacientes. As crianças receberam durante um ano o RHSO-X 5000mg, um produto do cannabidiol puro derivado do cânhamo e recentemente aprovado pela Comissão Federal Contra Riscos Sanitários do México (Cofepris).

De acordo com os resultados, 33 pacientes (86%) tiveram uma melhoria em 50% das crises. Desses, 21 atingiram uma redução dos ataques epilépticos de até 75%. Em cinco casos, as convulsões desapareceram totalmente.

Por outro lado, o tratamento falhou em outras cinco crianças. "Os cinco meninos que não responderam ao óleo de cannabidiol continuaram com o seu tratamento habitual, sem que a saúde deles fosse afetada", afirmou Garza.

Além da redução das crises, o uso do medicamento gerou outros benefícios nas crianças, disse o líder da pesquisa, como uma melhoria no estado de alerta e maior interação social.

No entanto, o remédio também provocou efeitos secundários, com 30% das crianças a ter episódios de diarreia ou insónia, problemas que são complicações recorrentes de outros tratamentos convencionais.

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