"Estar ligado a outros socialmente é amplamente considerado uma necessidade humana fundamental, crucial para o bem-estar e sobrevivência. Exemplos extremos mostram que crianças institucionalizadas que não têm contacto humano não se desenvolvem e muitas vezes morrem e, de facto, o isolamento social e o confinamento solitário têm sido usados como forma de punição", comentou Julianne Holt-Lunstad, professora de psicologia da Universidade de Brigham Young, no Utah, num comunicado da Associação Americana de Psicologia.

No seu estudo, a psicóloga apresentou dados de duas meta-análises: a primeira envolveu 148 artigos científicos, nos quais participaram mais de 300 mil pessoas, mostrando que uma maior relação social promove uma redução de 50% do risco de morte prematura.

A segunda meta-análise, que envolveu 70 estudos e mais de 3,4 milhões de pessoas de todo o mundo avaliou o papel que o isolamento social, a solidão ou o viver sozinho podem ter na mortalidade.

Os investigadores descobriram que estes três factores têm igual efeito no risco de morte prematura e que um deles tinha igual ou superior efeito ao de outros fatores de risco como a obesidade. “Há provas fortes de que o isolamento social e a solidão aumentam o risco da mortalidade prematura, e a magnitude do risco ultrapassa a de muitos indicadores de saúde”, apontou Julianne Holt-Lunstad, segundo o comunicado.

A realidade em muitos países sugere que estamos perante uma epidemia de solidão. O desafio que agora se coloca é o de que é que podemos fazer contra isso", acrescenta a investigadors.

Entre outras pessoas, a cientista sugere que as escolas passem a treinar as capacidades sociais das crianças e que os rastreios médicos tenham especial enfoque à questão dos laços sociais dos pacientes.

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