O estudo baseia-se na introdução desta proteína em sementes de soja geneticamente modificadas com o intuito facilitar a produção desta proteína que impede a multiplicação do vírus da imunodeficiência humana adquirida, a partir de um gel aplicado durante a relação sexual para prevenir o contágio.

De acordo com Elíbio Rech, coordenador da investigação na Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, um centro de ciência brasileiro, neste estudo foram também testadas outras "biofábricas" explica o comunicado divulgado no site da empresa, mas a única que se mostrou eficaz para a produção da cianovirina foi a soja, por ser a única que permitem subdividir a cianovirina em quantidades escaláveis mantendo as propriedades.

Umas das vantagens deste método é o baixo custo do processo de produção. "Se a soja for plantada numa estufa mais pequena do que um campo de basebol (com cerca de 98 metros), é possível produzir cianovirina suficiente para proteger uma mulher 365 dias por ano, durante 90 anos seguidos", explicam os investigadores no mesmo comunicado.

A utilização de biofábricas pode reduzir cerca de 50 vezes os custos de produção desta proteína. Os compostos mantêm-se idênticos aos originais, sem quaisquer riscos para o consumidor.

O próximo passo é a produção de sementes de soja em larga escala para isolar a cianovirina e começar os estudos pós-clínicos do gel.

A investigação, que começou em 2005, foi realizada em parceria entre a empresa brasileira Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, o Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos (NIH) e a Universidade de Londres.