"Pretendo dar um testemunho em nome próprio, com uma vertente positiva, pois para mim é possível falar da morte e da perda, com humor e com coragem", disse à agência Lusa Marine Antunes, de 27 anos, que aos 13 foi tratada a um linfoma não-Hodgink no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra.

Sobrevivente de cancro lança livro humorístico para “desconstruir” a doença
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A jovem, atualmente a residir em Lisboa, considera que "o mundo não tem de ruir e não é o fim do mundo para toda a gente". Marine Antunes salienta que "é possível dar a volta mesmo quando as dores são muito violentas, mesmo quando se perde pessoas que se amam”, como foi o seu caso [o namorado faleceu de cancro], e “continuar em frente, feliz, independente da dor".

O livro contém crónicas humorísticas que, apesar de abordar temas difíceis, como a morte e a perda, a superação, "procuram transmitir uma mensagem positiva de que é possível ser feliz no caos”.

A obra retrata "sem medos, nem tabus”, a sua visão no mundo do cancro e tudo aquilo por que passou, desde a fase do diagnóstico até ao tratamento. "Procurei agarrar numa coisa muito feia que é a nossa dor e desconstruí-la, tentando tirar esse peso", sublinhou.

Em 2013, depois de superada a doença, Marine Antunes criou o projeto pioneiro "Cancro com Humor', que deu origem ao seu primeiro livro, tornando-se numa referência inspiradora para doentes oncológicos, sobreviventes e cuidadores. Para esta sobrevivente de cancro, o humor tem sido o seu "aliado nesta fase da vida”. “E tem sido a melhor forma de nos ajudarmos a nós e aos outros".

O livro "Cancro com Humor 2 - É possível ser feliz no caos" é lançado hoje nas redes sociais e poderá ser adquirido através do endereço eletrónico cancrocomhumor@gmail.com, mas a partir de setembro será apresentado em várias cidades do país. "O primeiro livro correu muito bem e, por isso, tenho uma expectativa muita positiva para este", refere Marine Antunes, salientando que a publicação se destina não só a doentes oncológicos, mas também a cuidadores, sobreviventes e a toda a gente. "Porque precisamos de encontrar aqui um foco de esperança".

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