Há um caso confirmado de infeção, o da auxiliar de enfermagem Teresa Romero Ramos, um “caso em investigação” e 12 casos considerados “contactos de risco”.

Todos estão isolados em quartos no 5º e no 6º andar do Hospital Carlos III.

O número total aumentou com a entrada no hospital, durante a noite de quinta-feira, de cinco homens e duas mulheres, tendo sido dada alta a um enfermeiro, também nas últimas horas, depois de as suas análises terem sido negativas.

Todos os casos, exceto o da mulher infetada, estão assintomáticos, segundo as mesmas fontes.

O “caso em investigação” é o de uma enfermeira, que teve já uma primeira análise negativa e espera ainda a segunda, que é realizada normalmente 72 horas após a primeira.

Nos casos de “contactos de risco”, que se encontram sob “vigilância ativa”, estão o marido de Teresa Romero, cinco outros homens - três médicos, um enfermeiro e um funcionário sanitário - e seis mulheres - duas médicas, duas enfermeiras e duas cabeleireiras.

Estas últimas, que entraram durante a noite, estão sob observação porque depilaram a paciente infetada, segundo fontes hospitalares.

Para já não há informação adicional sobre o estado de saúde de Teresa Romero Ramos, cuja condição se tinha agravado na manhã de quinta-feira.

Auxiliar infetada pediu sigilo sobre o seu estado de saúde

Fonte hospitalar confirmou à Lusa essa informação, na quinta-feira, recordando que Teresa Romero Ramos pediu expressamente que nenhum dado preciso sobre o seu estado de saúde fosse comunicado publicamente.

A informação para já disponível - quando ainda não está concluída a investigação sobre as circunstâncias da infeção - sugere que uma cadeia de erros terá permitido o contágio da auxiliar de enfermagem.

A própria admitiu que terá tocado na cara quando retirava o fato protetor que usou quando entrou no quarto do missionário Manuel García Viejo, a segunda vítima mortal espanhola do vírus, que foi transferido de África e morreu em Madrid.

Paralelamente funcionários sanitários continuam a culpar as autoridades pela falta de formação dada às equipas envolvidas na resposta ao Ébola, com dúvidas sobre o tipo de fatos protetores usados e outros procedimentos.

Segundo o último balanço da Organização Mundial de Saúde, de quarta-feira passada, a epidemia de Ébola já causou a morte de mais de 3.800 pessoas num conjunto de oito mil infetados.

A Libéria, Serra Leoa e Guiné-Conacri são os países mais atingidos pela epidemia, que também já causou mortes na Nigéria, Estados Unidos e Espanha.

O primeiro caso de contágio fora de África foi detetado, no início do mês, em Espanha e estão seis pessoas internadas em observação num hospital de Madrid.

O Ébola, que se transmite por contacto direto com o sangue, líquidos ou tecidos de pessoas ou animais infetados, é um vírus que foi identificado pela primeira vez em 1976. Não existe vacina, nem tratamentos específicos e a taxa de mortalidade é elevada. O período de incubação da doença pode durar até três semanas.