O valor foi avançado pela deputada social-democrata Ângela Guerra na comissão parlamentar da Saúde, que está a decorrer na Assembleia da República, com audição do ministro da tutela.

Ângela Guerra disse no parlamento, recorrendo a dados das associações da indústria farmacêutica e dos dispositivos médicos, que a dívida total do Serviço Nacional de Saúde (SNS) a estas empresas aumentou 158 milhões de euros em janeiro e fevereiro deste ano, quando comparada com o mesmo período de 2016.

Trata-se de dívidas de pagamentos de medicamentos usados em hospitais e de dispositivos médicos (utilizados para prevenir, diagnosticar ou tratar doenças).

Só num mês, entre dezembro de 2016 e janeiro deste ano, a dívida total aumentou 28 milhões de euros. Em termos de dívida vencida a mais de 90 dias houve um aumento de 200 milhões de euros.

Descontrolo da despesa

O PSD avisou esta quarta-feira o Governo de que está a aproximar-se perigosamente de um descontrolo da despesa do Serviço Nacional de Saúde, mas o ministro da Saúde insistiu que o último ano fechou com o melhor défice de sempre.

Na comissão parlamentar de Saúde, o deputado social-democrata Miguel Santos disse que o défice de 200 milhões de euros do SNS no final de 2016 só foi alcançado "porque as Finanças entregaram um cheque bónus" que cobria esse valor.

"Estamos a aproximar-nos perigosamente de um descontrolo das contas do SNS", frisou o deputado, questionando o ministro da Saúde sobre se já terá falado com o colega das Finanças para acautelar o défice deste ano.