O Serviço Nacional de Saúde britânico ameaça banir de todas as cirurgias os pacientes que não percam peso ou que não deixem de fumar no sul de Inglaterra.

As restrições estão já a ser amplamente criticadas pelo Royal College of Surgeons, que defende que as medidas são discriminatórias e exageradas.

"Isolar os pacientes desta maneira vai contra os princípios do SNS. Isto vai contra a orientação clínica e deixa os pacientes a esperar por longos períodos de tempo com dores e desconforto. Em alguns casos, pode até levar a piores resultados depois da cirurgia. Não há justificação para este tipo de políticas", defende Ian Eardley, vice-presidente do Royal College of Surgeons em entrevista ao Telegraph.

Por outro lado, este cirurgião frisa ainda que as medidas poderão ter um efeito perverso, ao levar os doentes a desistirem dos tratamentos antes mesmo de procurarem um médico.

Nos últimos anos, várias áreas da saúde introduziram entraves a pacientes com excesso de peso ou fumadores, como o adiamento contínuo das cirurgias. As comissões responsáveis por estas imposições afirmam que a ideia é encorajar as pessoas "a ter mais responsabilidade no que toca à sua própria saúde e bem-estar para que, sempre que possível, libertarem os limitados recursos do SNS para tratamentos prioritários", escreve o referido meio de comunicação britânico.

Atualmente, os pacientes obesos já vêem as suas cirurgias adiadas por nove meses ou mais até que percam pelo menos 10% do peso.

As novas regras aumentam o número de quilos que os doentes mais pesados devem perder – aqueles com um Índice de Massa Corporal superior a 30 têm de perder 10% do peso em nove meses, enquanto que os que têm um IMC mais alto do que 40 têm de perder 15% do peso atual.

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