Os sindicatos dos médicos concordam com a proposta do Governo de permitir que os clínicos gerais que trabalham nos centros de saúde possam obter o grau de especialidade em medicina geral e familiar.

“São médicos que já estão nos centros de saúde mas que não obtiveram o título de especialista e desta forma não podem trabalhar nas Unidades de Saúde Familiar (USF). O que se vai fazer é criar uma situação excecional de uma formação em exercício para permitir o acesso à especialidade”, explicou à agência Lusa o presidente do Sindicato Independente dos Médicos (SIM), Carlos Arroz.

Carlos Arroz frisa que o diploma do Governo em preparação se destina apenas aos profissionais que já trabalham nos centros de saúde.

“Têm lista de utentes, trabalham desde há anos no conteúdo funcional de Medicina Geral e Familiar, mas não podem aceder às USF. É justamente esta uma das injustiças a que se pretende pôr fim”, considera o SIM.

Deverão ser abrangidos por este acesso extraordinário à especialidade apenas os médicos que trabalhem há mais de oito anos em centros de saúde, num total de cerca de 290, segundo números avançados à Lusa pela Federação Nacional dos Médicos (FNAM), que também dá o seu acordo a esta iniciativa.

Inicialmente o projeto de diploma do Governo previa um mínimo de cinco anos a exercer em centros de saúde, mas após as negociações com os sindicatos, que pretendiam 10 anos, foi acordado estender para oito anos.

“De um modo geral a nossa posição é favorável a esta medida legislativa”, declarou à Lusa o dirigente da FNAM, Sérgio Esperança.

O sindicalista referiu que falta ainda definir os modelos de curso extraordinário, o que será feito também em negociação com os sindicatos.

Já a Ordem dos Médicos vai realizar na sexta-feira um Conselho Nacional Extraordinário em que tomará posição sobre este assunto.

22 de Fevereiro de 2011

Fonte: LUSA/SAPO