Numa missiva dirigida ao ministro da Saúde, e disponível no site do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP), pode ler-se a solicitação do sindicato de uma “reunião conjunta”, a realizar “face ao atual contexto”, motivada pelo pedido do Ministério da Saúde para reconsiderar as datas da greve nacional devido ao surto de legionella.

Contactado pela Lua, fonte do gabinete do ministro da Saúde não confirmou a realização da reunião.

O SEP anunciou hoje que vai manter a greve nacional, marcada para sexta-feira e dia 21, respondendo negativamente ao apelo do governo para reconsiderar as datas do protesto.

O Ministério argumenta que o surto de legionella "ainda não se encontra debelado, podendo ainda aumentar o número de doentes com necessidade de cuidados de saúde", bem como a necessidade de recursos humanos, nomeadamente enfermeiros.

O SEP anunciou no início da semana uma greve nacional de dois dias, na sexta-feira e dia 21 deste mês, em protesto pelos cortes salariais nas horas extraordinárias, exigindo a progressão na carreira e a reposição das 35 horas de trabalho semanais.

O surto de ‘legionella’ com origem no concelho de Vila Franca de Xira infetou, até quarta-feira, 302 pessoas e o número de mortos pode subir para nove, segundo dados oficiais.

Num comunicado com a situação atualizada até às 15:00 de quarta-feira, a Direção-Geral da Saúde (DGS) fala também em nove mortes, explicando que cinco deles morreram de facto devido à ‘legionella’ e que os outros quatro permanecem em investigação.

A confirmarem-se os quatro casos, sobe para nove o número de mortos.

A doença do legionário, provocada pela bactéria ‘legionella pneumophila’, contrai-se por inalação de gotículas de vapor de água contaminada (aerossóis) de dimensões tão pequenas que transportam a bactéria para os pulmões, depositando-a nos alvéolos pulmonares.