O objetivo do estudo, divulgado na revista especializada Lancet, foi estimular a utilização do serviço de anti-tabagismo do serviço nacional de saúde, a que recorrem apenas 05 por cento dos fumadores britânicos. Os autores defendem que deve ser facilitado o acesso a estes serviços públicos, rejeitando ainda que se lhes cortem os orçamentos.

Para isso, milhares de fumadores britânicos receberam cartas personalizadas a explicar-lhes os riscos do tabaco e convidando-os para uma sessão anti-tabágica grátis.

A The Lancet conta que entre 2.636 que receberam uma carta personalizada e um convite para uma sessão grátis, 17% por cento utilizaram o serviço, enquanto apenas 09% dos 1748 que receberam uma carta genérica o fizeram.

Entre os que receberam a carta personalizada e utilizaram o serviço nacional de saúde, verificou-se que uma percentagem maior (09% contra 5,5% dos que receberam cartas genéricas passou pelo menos uma semana sem fumar.

Nas cartas personalizadas, em que se tinha em conta a idade as pessoas, descreveu-se o risco de contraírem uma doença grave, graduado em vários níveis. "Os fumadores subestimam o seu risco pessoal de contrair uma doença", reconheceu a principal autora do estudo, Hazel Gilbert, da University College Medical School, defendendo que deve ser mais fácil aos fumadores acederem aos serviços públicos de tratamento.

Michael Cummings, da universidade norte americana da Carolina do Norte, defendeu que "os governos devem resistir aos cortes orçamentais" nos serviços anti-tabágicos públicos, apontando os seus "benefícios óbvios e bem documentados".

Na segunda-feira (23/01) a secretária-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Margaret Chan, lembrou que a luta contra o tabaco traz benefícios económicos e não prejudica financeiramente os países, pedindo aos Estados que ignorem as “afirmações enganosas” da indústria tabaqueira.

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