5 de fevereiro de 2013 – 14h11
Nigel Crisp, responsável pelo estudo da Gulbenkian sobre a reforma do Estado, reiterou esta terça-feira que o Serviço Nacional de Saúde teria de mudar, mesmo que tivesse todo o dinheiro do mundo.
Nigel Crisp, membro da Câmara dos Lordes e diretor Executivo do National Health Service do Reino Unido entre 2000-2006, falava durante o lançamento da Plataforma “Saúde em Portugal: Um desafio para o futuro”.
Esta necessidade de mudança prende-se com as modificações ocorridas na própria sociedade portuguesa, nomeadamente com o aumento da longevidade e das doenças crónicas, explicou.
“Isto não é apenas sobre dinheiro. Mesmo se houvesse todo o dinheiro do mundo, o SNS tinha de mudar”, disse Nigel Crisp, para quem as necessidades do serviço de saúde português têm de direcionar o seu foco para a prevenção e não apenas para as doenças.
Constituída por uma comissão de vários especialistas internacionais e presidida por Nigel Crisp, esta Plataforma tem como objetivo repensar o sistema de saúde português, estudando formas de manter a equidade, a acessibilidade e a solidariedade social de um modo sustentável.
O ministro da Saúde, Paulo Macedo, que participou na cerimónia ressalvou que a sustentabilidade do sistema “ainda não está assegurada”, não avançando mais pormenores sobre futuros aumentos nas taxas moderadoras.
Paulo Macedo lembrou os erros cometidos no passado que “levaram a uma situação de pré-rutura financeira” e insistiu na necessidade de “mudar o acessório para manter o essencial”.
Para o ministro da Saúde, “é essencial que todos os cidadãos tenham acesso aos cuidados de saúde de qualidade, com custos que sejam suportáveis pelos contribuintes e pelos utentes”.
Nigel Crisp sublinhou que o SNS se depara com desafios ao nível da inovação tecnológica, aumento da longevidade da população e prevalência das doenças crónicas.
O relatório desta plataforma deverá ser conhecido no verão de 2014. Depois disso, em 2015, Paulo Macedo conta conhecer as propostas e já assegurou que algumas delas deverão ser implementadas pelo Executivo.
SAPO Saúde com Lusa