21 de janeiro de 2014 - 16h19
A elaboração de estudos sobre a transmissão, a evolução, a prevenção e o diagnóstico da infeção pelo VIH/Sida é proposta por seis dos 14 trabalhos que vão ser distinguidos pelo Programa Gilead GÉNESE, na quarta-feira.
O programa Gilead Génese distingue este ano 14 projetos nacionais de investigação científica e de intervenção comunitária, na área da terapêutica de doenças potencialmente fatais (como a infeção VIH/Sida, hepatites virais crónicas, infeções fúngicas invasivas e fibrose quística), de um total de 43 projetos submetidos.
Na área do VIH/Sida, foram selecionados dois estudos visando em particular a população masculina.
Um dos trabalhos – “Encontros (in)seguros II” - foi proposto pela Liga Portuguesa Contra a Sida e visa a elaboração de um estudo realista sobre os trabalhadores sexuais masculinos, de modo a adaptar novos programas de prevenção desta e de outras doenças sexualmente transmissíveis.
O outro projeto é do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge e pretende estudar os novos casos de infeção por VIH-1 em homens que têm sexo com outros homens, diagnosticados em rastreios ou admitidos em serviço de infeciologia de hospital. O objetivo é melhorar o conhecimento das características desta população.
O Instituto de Medicina Molecular propõe-se investigar o contributo de células específicas para a evolução do VIH-2, para o melhor seguimento dos doentes afetados.
Também no âmbito do VIH/Sida, a Faculdade de Farmácia de Lisboa pretende que seja mantida e utilizada a sua Viroteca-Seroteca em projetos que tenham como fim o diagnóstico e terapêutica da infeção.
O programa Gilead GÉNESE selecionou ainda um projeto para o diagnóstico precoce e a redução de comportamentos de risco relacionados com o VIH na população migrante de várias zonas do país, e um programa de educação para a saúde e tratamento, com vista a identificar e combater as causas de não adesão à terapêutica anti-retrovírica.

Entre os outros projetos distinguidos, contam-se dois relacionados com doenças hepáticas.
Um deles é do Instituto de Medicina Molecular e quer estimar a prevalência da esteatose hepática e da doença hepática viral em Portugal e dos fatores de risco associados, através de um estudo em utentes do Serviço Nacional de Saúde.
O outro é da autoria do Instituto de Investigação do Medicamento e visa estudar o envolvimento da necroptose na patogenese da lesão, disfunção e falência hepática associada à hepatite crónica, com o objetivo de encontrar novos alvos terapêuticos no controlo da doença.
Na área da candidíase, o Instituto de Biotecnologia e Bioengenharia do Instituto Superior Técnico vai desenvolver um “chip” pangenómico de DNA para detetar a candidíase invasiva, enquanto que o Centro de Imunodeficiências Primárias da Faculdade de Medicina de Lisboa pretende criar uma plataforma informática que integre informação clínica e laboratorial dos doentes com candidíase mucocutânea crónica em associação com um banco de amostras dos doentes.
No âmbito das tecnologias, o Instituto de Investigação do Medicamento apresenta uma estratégia nanotecnológica para tratar infeções pulmonares em doentes com fibrose quística.
A mesma doença é visada num projeto da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, que propõe uma abordagem multidisciplinar para melhorar o seu diagnóstico, prognóstico e tratamento personalizado.
SAPO Saúde com Lusa