O Health Cluster Portugal (HCP) anunciou hoje que quer gerar, até 2020, cinco novos fármacos e atingir, no mesmo universo temporal, um volume de negócios anual de quatro mil milhões de euros.

Segundo Luís Portela, presidente do HCP, a ideia do “cluster” é aproveitar “ a muito boa investigação” que existe em Portugal e pô-la ao serviço da criação de novos produtos e novos serviços, “competitivos à escala global” e que “tragam riqueza para o sector da saúde e para o país”.

“A Saúde em Portugal já exporta quase 600 milhões de euros. Se as coisas correrem bem, se formos competitivos à escala global, esse valor pode ser duplicado em meia dúzia de anos”, sublinhou.

O HCP já conta com 121 associados, entre instituições de investigação na área da saúde em Portugal, como universidades e laboratórios, empresas farmacêuticas e algumas multinacionais.

Até 2020, o “cluster” pretende ainda criar 50 novos métodos de diagnóstico, atingir os seis mil investigadores na cadeia de valor, alcançar um número anual de pedidos de patentes internacionais superior a 50 e fazer crescer as exportações do setor para além dos 70 por cento.

Os números foram hoje divulgados na Universidade do Minho, em Braga, no workshop "Investigação de translação e transferência de tecnologia na área da Saúde: do conhecimento ao mercado", promovido pelo HCP.

Aumentar o volume de negócios, as exportações e o emprego qualificado nas atividades económicas ligadas à saúde e, simultaneamente, contribuir para a melhoria da prestação de cuidados de saúde são as duas grandes metas do “cluster”.

O HCP já tem em curso um projeto piloto, denominado “Do IT”, que reúne 21 instituições, e vai investir 8,6 milhões de euros em três anos na investigação de soluções inovadoras que “respondem a necessidades prementes ao nível da saúde humana”.

Em causa estão, entre outras, soluções para diagnóstico, prognóstico e terapêutica do cancro, doenças neurodegenerativas e diabetes.

O workshop contou com a presença da secretária de Estado da Ciência, Leonor Parreira, que sublinhou a importância de ver 121 entidades “unidas com o mesmo fim de criar um polo em tecnologia da saúde, competitivo no mercado mundial”.

“Num tempo de dificuldade, é preciso trabalhar mais, e nada melhor do que começar o dia com quem quer fazer, com quem prova que é possível fazer”, afirmou.

Paralelamente ao workshop, decorre uma mostra com mais de 100 projetos e tecnologias inovadores criados em Portugal.

Um “scanner” para deteção precoce do cancro da mama e um aparelho de monitorização da saúde e bem-estar à distância são alguns exemplos.

27 de setembro de 2011

Fonte: Lusa