A aposta na internacionalização e na investigação, bem como uma reformulação dos cursos disponíveis, são as medidas pensadas pelo diretor da Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP) para ultrapassar o impacto das medidas de austeridade na instituição.

“Temos de estar permanentemente a procurar novas fontes de financiamento, quer em projetos de investigação, quer em novos cursos, que vamos lançando, e imaginando novos produtos para atrair mais financiamento”, assinalou João Pereira, numa entrevista à agência Lusa.

No cargo de diretor da ESNP desde o início de fevereiro, João Pereira reconheceu que este Orçamento do Estado deixa a escola “numa situação muito complicada” porque o documento de 2011 já era “exíguo” e o de 2012 será “35 por cento abaixo desse valor”.

“Não escondo que é uma situação muito difícil e com as últimas alterações, com o conhecimento do Orçamento do Estado para 2012 é bem provável que a escola venha a sentir ainda maiores dificuldades no ano de 2012”, referiu.

O diretor da escola admite que a internacionalização da escola e a área da investigação possam trazer algum benefício financeiro à instituição, uma situação que será “particularmente importante nesta fase”.

“Estamos envolvidos num projeto europeu de grande porte, que é um estudo sobre a otimização de cuidados de saúde a nível europeu, olhando para as diferenças que existem nas práticas clínicas a nível internacional”, referiu.

Segundo João Pereira, esta “comparação que nunca foi feita a nível internacional”, sublinhando que este “é um projeto com um financiamento elevado, que permite trazer dinheiro para a escola e até contratar novas pessoas, o que seria impensável de outra forma”.

Apesar da crise no país, o diretor da instituição assinalou que “a escola conseguiu aumentar o número de candidatos aos seus cursos”.

“É algo quase impensável no contexto atual. As notícias que tenho de outras escolas, eventualmente nossas concorrentes, é que todas sentiram enormes dificuldades”, disse João Pereira.

21 de outubro de 2011

Fonte: Lusa