“Há neste Orçamento e Plano de Investimentos um reforço efetivo de 22 milhões”, disse João Faria Nunes no debate na especialidade das propostas do Governo Regional para o próximo ano, realçando que estão inscritos para este setor 329 milhões de euros, dos quais 283 milhões são para despesas correntes e de funcionamento e 12,6 milhões para investimentos.

Na opinião do governante madeirense, “a saúde não pode ficar refém do objetivo da sustentabilidade” que tem sido exigida nos últimos anos devido à crise financeira.

João Faria Nunes complementou que “se assim for, a sustentabilidade em saúde será um logro”, defendendo que “a redução de custos não pode ser feita à custa do doente e, muito menos, cortando nos orçamentos”.

Segundo o responsável, “o envelhecimento da população e a evolução tecnológica fazem com que na Saúde não se possa poupar” e apontou que os recursos devem ser rentabilizados e é necessário utilizar de forma eficaz toda a capacidade instalada, “combatendo o desperdício e as redundâncias”.

“Há que responsabilizar pelo uso dos meios postos à disposição. A este nível muito pouco ainda é feito”, vincou.

O responsável realçou que a Madeira está a “entrar num novo ciclo da Saúde”, apostando num “novo modelo de gestão de funcionamento para assegurar um melhor acesso do utente ao centro de saúde”, numa aposta nas unidades de saúde familiar.

Faria Nunes também apontou que, na área hospitalar, o executivo está firmemente empenhado no controlo das listas de espera e vai avançar, no próximo ano, com o Sistema Integrado de Gestão de Inscritos em Cirurgia (SIGIC).

“Caminhamos a bom ritmo para a construção de um novo hospital”, assegurou ainda o governante, acrescentando que o Governo Regional está “a trabalhar firmemente nesse sentido” e que só depois de estarem apurados os valores fixos para a obra “pode avançar com a questão do financiamento” do projeto.

O secretário insular mencionou que o executivo “já está em contacto direto com as instituições em Bruxelas” sobre esta matéria e que o objetivo é “em 2016 avançar para a fase de projeto” da nova unidade hospitalar.

Na opinião de João Faria Nunes “até à construção do novo hospital é decisivo assegurar obras de manutenção urgentes” no atual hospital do Funchal, nomeadamente nas Urgências e no Bloco Operatório, “obras que irão avançar em 2016” e que o concelho de Câmara de Lobos “vai ter finalmente um novo centro de saúde”.

“A saúde é uma das áreas mais complexas da governação e em saúde tudo é prioritário”, concluiu.

Devido ao facto de o tempo do Governo Regional se ter esgotado, não foi possível Faria Nunes responder a todas as perguntas dos deputados da oposição, que criticaram a situação e alguns até cederam parte do seu tempo disponível ao Governo Regional, antes do encerramento do debate na especialidade do Orçamento e plano da Região para 2016. Os diferentes partidos apresentaram cerca de 90 propostas de alteração às propostas.