A mais mortífera epidemia de Ébola já causou mais de 4.500 mortes na África Ocidental e os especialistas estão a alertar que a taxa de infeção poderá chegar aos 10 mil por semana no início de dezembro.

Não há vacina aprovada ou cura para o Ébola, que se espalhou entre profissionais da saúde em Espanha e nos Estados Unidos.

Elhadj As Sy, chefe da Federação Internacional da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho, listou uma série de medidas que poderiam ajudar a colocar o Ébola sob controlo, incluindo "um bom isolamento, bom tratamento dos casos confirmados, e bom, seguro e digno enterro às pessoas falecidas".

"Será possível, como era possível no passado, conter esta epidemia dentro de quatro a seis meses" se a resposta for adequada, acrescentou Elhadj As Sy, esta quarta-feira.

"Eu acho que essa é a nossa melhor perspetiva e nós estamos a fazer todo o possível para mobilizar os nossos recursos e as nossas capacidades" para travar o surto, declarou.

As Sy, que falava numa conferência da Cruz Vermelha da Ásia-Pacífico, acrescentou que "há sempre um preço pela inação".

Novas medidas serão lançadas hoje nos Estados Unidos, entre as quais os voos dos países mais afetados -- Libéria, Serra Leoa e Guiné-Conacri -- serão canalizados para cinco aeroportos e os passageiros passarão por exames mais completos de saúde.

Entretanto, especialistas que escrevem para a revista The Lancet, disseram, na terça-feira, que a triagem dos passageiros nos aeroportos de saída seria uma melhor opção do que os monitorizar no destino da sua viagem.

As Sy disse que "não tem uma opinião forte" sobre este tema, mas não vê problema desde que "dê às pessoas um sentimento de paz de espírito e que tenham meios para o fazer".