A equipa do médico Min-Suk Rhee, da Korea University, em Seul, analisou os efeitos do triclosan, o antisséptico mais presente nos sabonetes antibacterianos, sobre as bactérias.

Os investigadores, cujo trabalho foi publicado na revista The Journal of Antimicrobial Chemotherapy, testaram o componente químico em 20 tipos de bactérias e 16 voluntários adultos e compararam sabonetes comuns e antibacterianos em termos de eficácia na hora de livrar as mãos de bactérias.

Os cientistas expuseram as bactérias ao triclosan durante 20 segundos a 22.º C e a uma temperatura mais quente, recriando as condições de uma lavagem de mãos na vida quotidiana em laboratório.

Para os testes, os investigadores utilizaram uma concentração de triclosan a 0,3% - máximo autorizado na União Europeia, Canadá, Austrália, China e Japão, segundo Rhee.

Uma semana de testes

Os voluntários, após passarem uma semana sem recorrer aos sabonetes antibacterianos antes dos testes comparativos, lavaram as mãos com cuidado durante 30 segundos com os dois tipos de sabão e enxaguaram-nas com água muito quente. 

Concluindo, "não há diferença significativa entre os efeitos bactericidas de um sabonete comum e os antibacterianos quando usados em situações normais da vida", segundo o estudo.

O triclosan é um agente bactericida usado há muito tempo em inúmeros produtos de higiene (sabonetes, cremes dentais, desodorizantes) e cosméticos.

"Milhões de consumidores nos Estados Unidos usam sabonetes antibacterianos para lavar as mãos ou o corpo, gastando quase mais de um milhão de dólares por ano", notam os cientistas, que ressaltam também que milhares de produtores, por causa das controvérsias sobre os riscos sanitários e a falta de eficácia do triclosan, retiraram o componente dos seus produtos.

Apenas 13 dos 53 sabonetes antibacterianos estudados em 2014 na Coreia do Sul continham o ingrediente.