A maioria dos adolescentes morreu em consequência de circuncisões mal feitas, disse Sifiso Ngcobo, porta-voz do ministério dos Assuntos Tradicionais.

"Outros morreram devido a espancamentos, desidratação ou exposição a condições anti-higiénicas", precisou.

Das mortes, 27 ocorreram na província do Cabo, no leste do país.

O ritual de passagem para a idade adulta inclui geralmente um retiro no mato de duas a quatro semanas e é encarado como um teste à resistência física. Tal prova coincide com o pico do inverno na África do Sul. Todos os anos, há registo de mortes e mutilações, escreve a agência France Presse.

No ano passado, uma comissão que investigou as práticas concluiu que mais de 400 rapazes morreram e 500 mil foram hospitalizados depois de frequentarem as escolas de iniciação de inverno entre 2008 e 2013.

"É realmente lamentável e infeliz", disse Zolani Mkiva, porta-voz do rei Xhosa, Zwelonke Sigcawu, citado pela referida agência de notícias francesa.

"Este é um dos mais importantes rituais da nossa sociedade. Por mais importante que seja, não podemos permitir que se percam vidas por sua causa. A importância da vida é maior que a importância do ritual", sustentou.

Em junho, a polícia sul-africana salvou 11 adolescentes de circuncisão forçada.

Este ano, o Governo da Cidade do Cabo encerrou mais de 150 escolas ilegais, incluindo uma no Soweto, às portas de Joanesburgo.